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Obras olímpicas estão dentro do prazo, garante Eduardo Paes

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O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse nesta terça-feira (13) que as obras para a realização das Olimpíadas de 2016 “estão caminhando muito bem, no prazo e nos custos”. Paes disse que não vai envergonhar o Brasil com obras inúteis, visto que alguns empreendimentos darão origem a escolas e centros aquáticos em comunidades carentes da Baixada Fluminense, que reúne os municípios mais pobres do estado.

"Os [motivos] que levaram à escolha do Rio foram muito mais os nossos defeitos que as nossas qualidades. As Olimpíadas são uma oportunidade de transformar a cidade do Rio. Vencemos Madri, Tóquio e Chicago, que têm infraestrutura melhor que a do Rio. Mas o que conquistou o voto do Comitê Olímpico Internacional foram os desafios. Estamos totalmente no prazo. Apesar dos problemas que o Brasil enfrenta, é possível fazer as coisas corretas e de modo adequado", afirmou.

Paes participou de audiência pública na Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência nesta terça-feira (13), que debateu a atuação do setor nos grandes eventos realizados no Brasil nos últimos anos, em especial os Jogos Mundiais Militares, a Copa das Confederações, a Jornada Mundial da Juventude e a Copa do Mundo de Futebol. A audiência, realizada por iniciativa do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e da deputada Jô Moraes (PCdoB-MG)  também abordou o papel da inteligência na segurança dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.

Paes informou que 85% dos equipamentos olímpicos já estão prontos, e que 89% do parque olímpico já está executado. Disse ainda que 91% da Vila dos Atletas foram construídos com recursos da iniciativa privada, e que o Complexo Esportivo de Deodoro encontra-se em fase de testes. O prefeito do Rio observou que boa parte dos gastos é da municipalidade e do governo estadual, e que dois dos estádios construídos para os jogos têm caráter temporário.

Paes destacou a reversibilidade da arquitetura nômade nas obras das olimpíadas executadas no Rio. Ele explicou que a Arena do Futuro foi construída para ser transformada em quatro escolas municipais após os jogos. O Centro Aquático, por sua vez, dará lugar a dois centros aquáticos menores, a serem instalados em municípios carentes da Baixada Fluminense.

O prefeito do Rio observou que estão sendo entregues 27 projetos de legado, boa parte dos quais sem relação com as olimpíadas, que serviu apenas como “desculpa” para a construção desses empreendimentos, como a abertura de 150 quilômetros de BRT e 26 quilômetros de VLT.

De acordo com Paes, 57% dos R$ 38 bilhões a serem gastos nas Olimpíadas são da iniciativa privada. O restante é originário do comitê organizador dos jogos, de parcerias público-privadas e de setor público, que responde por apenas R$ 2 bilhões do total dos recursos.

Paes disse que a responsabilidade pelas atividades de inteligência das olimpíadas foram essencialmente direcionadas para o governo federal, cabendo ao município um papel complementar. O prefeito do Rio observou que os jogos serão marcados por obras de legado, pela economia de gastos e a reversibilidade das construções esportivas.

Experiência acumulada

Diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Wilson Roberto Trezza disse que as atividades de inteligência tem inicio muito antes da realização dos jogos esportivos. Ele também destacou a experiência acumulada pelo Brasil na Rio + 20, em 2012, e ainda nas reuniões do Mercosul e dos Brics, grupo que reúne os países emergentes da atualidade.

Trezza informou que os jogos olímpicos contarão com 103 representantes de inteligência e 206 países participantes. Ele observou ainda que a Abin destaca-se em ações preventivas de combate ao terrorismo, com pessoas que atuam em rede, em agências de turismo e aeroportos, em articulação com serviços de inteligência estrangeiros.

Diretor de Inteligência da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, criada no âmbito do Ministério da Justiça, William Marcel Murad observou que não se pode falar em planejamento de segurança publica sem se consultar o Centro de Operações do Rio de Janeiro, que conhece a mobilidade da capital fluminense.

"Os jogos têm estrutura complexa. Temos aprendido muito com as lições da Copa. Foi possível antecipar muitas situações problemáticas. Mas seria superficial achar que o jogo está ganho porque conseguimos, no âmbito da segurança pública, fazer um evento sem grandes problemas. A preparação segue rigorosamente o nível dessa complexidade", afirmou.

Já o coronel Marcelo Silva Rodrigues explicou que, das 669 organizações militares do Exercito espalhadas pelo Brasil, a maioria tem pelo menos uma sessão de inteligência classe C, capaz de fornecer dados e produzir informes para o sistema de inteligência. No campo externo, ele citou a atuação dos adidos de defesa, que têm a atribuição de solicitar informações às autoridades no exterior.

O senador Aloysio Nunes Oliveira saudou a atuação de Eduardo Paes, e observou que o esboço das obras imaginadas pelo prefeito do Rio de Janeiro está se transformando em realidade. A senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), por sua vez, avaliou que o Brasil encontra-se vulnerável a ataques terroristas, e cobrou providências das autoridades do setor.

Com as Olimpíadas, disse a deputada Soraya Santos (PMDB-RJ), o Brasil mostra ao mundo que tem competência e compromisso de entregar obras de baixo custo, com modelo inovador a ser replicado em outras cidades. Crítico do governo, o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) apontou para a gravidade do momento atual.

"É um alerta para que redobremos ações com relação às Olimpíadas. Se fracassarem, será um fracasso do Brasil, da credibilidade nacional. A culpa é da estrutura irresponsável que comanda o Brasil hoje", afirmou.