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Londres inova, exclui honraria e "cria" pira olímpica ao vivo

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O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Londres 2012, auxiliado pelo renomado diretor Danny Boyle, responsável pela Cerimônia de Abertura, inovou no acendimento da pira olímpica nesta sexta-feira. A honraria de levar a Tocha Olímpica ao local foi dividida entre sete jovens atletas, excluindo celebridades e grandes campeões. Além disso, a própria pira olímpica foi criada ao vivo, com auxílio de tecnologia.

O ritual de acendimento da Tocha Olímpica é historicamente cercado de grande simbologia e, normalmente, conta com execução extremamente chamativa. Na última edição da Olimpíada, por exemplo, Li Ning correu pelas paredes do "Ninho do Pássaro" para acender uma espécie de pavio que levou o fogo à estrutura colocada na armação de ferro. Em Londres, nada disso ocorreu.

Steve Redgrave, ex-remador pentacampeão olímpico, foi o último "notável" a carregar a Tocha Olímpica, levando-a das margens do Rio Tâmisa ao Estádio Olímpico. A partir dali, sete jovens promessas do esporte britânico se dividiram no revezamento da Tocha até o centro do Estádio. Com uma Tocha acesa cada um, se encaminharam até uma estrutura metálica em formato arredondado formada por longas hastes.

Ao mesmo tempo, os sete colocaram fogo na ponta das hastes. A chama se espalhou pela estrutura em 204 focos, mesmo número de países participantes dos Jogos. Sozinhas, as hastes foram se levantando até que as pontas se unissem, criando, ao vivo, a pira olímpica. Em vez de locais altos e de grande destaque, Londres colocou sua estrutura no centro do Estádio Olímpico, excluindo uma das maiores honrarias possíveis em uma edição de Jogos Olímpicos.

Com idades entre 16 e 19 anos, os sete jovens foram escolhidos por sete grandes campeões, simbolizando o futuro do esporte britânico. Participaram do momento final da Cerimônia de Abertura: Callum Airlie, Jordan Duckitt, Desiree Henry, Katie Kirk, Cameron MacRitchie, Aidan Reynolds e Adelle Tracey.

Fim do revezamento

A Tocha Olímpica foi acesa no sítio sagrado de Olímpia, na Grécia, em 10 de maio. Oito dias depois, uma comitiva composta por David Beckham e princesa Ana Elizabeth levou a chama de avião para a Grã-Bretanha. Em 19 de maio, em Land¿s End, ponto mais ocidental da Inglaterra, teve início o revezamento de 70 dias, com participação de 5 mil pessoas percorrendo 12,8 mil km até o Estádio Olímpico.

Nesta sexta-feira, David Beckham apareceu novamente profundamente envolvido com os Jogos de Londres, apesar de não ter sido convocado para integrar a seleção britânica masculina. O jogador pilotou a lancha que levou a Tocha Olímpica pelo Rio Tâmisa rumo ao Estádio Olímpico. A imagem foi divulgada antes do longo ritual de desfile das delegações durante a abertura.

Steve Redgrave, um dos maiores atletas olímpicos britânicos da história, deu sequência à última parte do revezamento, em um píer no Tâmisa. O ex-remador entrou no Estádio Olímpico carregando a Tocha Olímpica, sendo muito exaltado pelo público. Jovens atletas se revezaram na corrida pela arena, representando a nova geração do esporte na Grã-Bretanha.

O simbolismo seguiu com a homenagem a atletas que participaram da última edição dos Jogos Olímpicos em Londres, em 1948. Sete tochas olímpicas foram acesas e levadas pelos jovens atletas até o centro da arena, onde a chama olímpica migrou para uma armação de ferro com diversos focos de fogo, presos na ponta de cumpridas hastes. Ao todo, foram 204, representante os países participantes.

Essas hastes foram levantadas de uma só vez para se transformar na pira olímpica, encerrando um dos grandes mistérios da Cerimônia de Abertura: nenhum local da estrutura do Estádio Olímpico continha suporte para uma pira que portasse o fogo sagrado, que deve ficar aceso enquanto os Jogos Olímpicos são realizados. Às 20h37, um show de fogos de artifício iluminou Londres mais vez.