Em seu discurso na cerimônia da vigília, o papa Francisco ressaltou a força e o protagonismo da juventude de diversas nações no movimento por mudanças na esfera social e política. Lançando mão de diversas metáforas, em uma fala destinada diretamente aos jovens, o pontífice citou que os discípulos de Jesus devem se dedicar aos seus treinamentos, em nome da fé e pela construção de uma igreja mais bonita e de um mundo melhor.
Logo no início, o papa fez questão de lembrar a mudança de local do evento, que seria no Campo da Fé em Guaratiba, mas devido ao local estar totalmente alagado foi transferido para Copacabana. Segundo Francisco , o “campus verdadeiro da fé não é um lugar geográfico, mas nós mesmos, missionários e discípulos”. Em outro momento, ele resgatou o futebol para transmitir seu pensamento aos jovens: “
“O que faz um jogador quando é chamado para fazer parte de um time? Ele precisa treinar muito, assim como devem fazer os discípulos do senhor, que se privam de tudo para receber a coroa de Deus. Jesus oferece algo muito maior que uma Copa do Mundo. Nos oferece a possibilidade de uma vida feliz e um futuro sem fim. Porém, ele pede que nos paguemos ingresso, que é este treinamento.”, disse papa Francisco, que pregou ao longo de todo o discurso o treinamento a qual os discípulos e missionários do senhor devem se submeter, para permitir que a palavra de Jesus entre em seus corações.
Ressaltando o poder da juventude, o pontífice louvou a força dos jovens que foram às ruas clamarem por mudanças na sociedade, lembrando que eles devem sempre ser os protagonistas nos processos de transformação e construção:
“Estes que querem ser os protagonistas, e não devem deixar mesmo que outros sejam os protagonistas. O futuro vai chegar através de vocês. Continuem separando a apatia, para as inquietações sociais e políticas. Peço que sejam construtores do futuro. Não sejam covardes. Jesus não ficou preso dentro de um casulo.”, pediu o papa.
Após seu discurso, o pontífice participou do momento de oração durante a "Adoração do Santíssimo". Segundo dados oficiais da prefeitura do Rio, três milhões de pessoas estão neste momento na Praia de Copacabana para a vigília. O evento foi feito em forma de encenação, resultando em um ato artístico.
Os peregrinos, que ocupam as areias de Copacabana desde cedo, fizeram uma caminhada de 9,5 km, saindo da Central até o local da missa. Demonstrando muita animação, eles ensaiaram um flashmob (dança coletiva), ao som das bandas que se apresentaram durante o dia. A intenção da vigília é que os fiéis permaneçam acampados até a missa com o papa Francisco no domingo (28). No entanto, por falta de espaço físico, nem todos dormirão no local
Nas calçadas da Avenida Atlântica, barracas e sacos de dormir estão por toda parte. Praticamente não há espaços vazios. Na tentativa de garantir um lugar para acompanhar a celebração conduzida pelo papa Francisco, há fiéis que resolveram acampar nas ruas, sendo obrigados a desviar dos veículos autorizados da Guarda Municipal e do Corpo de Bombeiros.
Devido à quantidade gigantesca de pessoas no bairro, há relatos de problemas no entorno. Carros estacionados em locais proibidos estão sendo rebocados, muitos reclamam da falta de banheiro químico e houve ocorrências de furtos e assaltos. Os organizadores do evento também pedem que nenhum peregrino entre no mar em Copacabana, que está bastante agitado e com ondas muito fortes.