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Peregrinos reclamam de serviços do Rio

Transporte público é principal crítica dos fiéis: "Faltou organização do prefeito"

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Os peregrinos que vieram ao Rio de Janeiro para acompanhar a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), evento com participação do papa Francisco, enfrentam problemas com os serviços públicos, que cabem à prefeitura da cidade. A principal reclamação dos jovens fiéis é em relação à má qualidade do transporte público, que teve seu auge com a queda de energia do metrô na última terça-feira (23), na abertura do evento.

Para o argentino Augusto Dip o grande problema dos ônibus no Rio de Janeiro é que eles “são poucos”. “Isso faz com que lotem de gente, uma situação bem incômoda que ninguém espera passar em uma viagem”, critica o professor de matemática, que mora em Buenos Aires, capital argentina. Além da falta de carros, o peregrino afirma que o trajeto é mal organizado.

Como está hospedado na Paróquia Imaculada Conceição, em Duque de Caxias, Dip e os outros 24 argentinos de seu grupo precisam pegar os trens da SuperVia até a estação Central, para depois pegar um ônibus até Copacabana, onde acontecem os principais atos da JMJ Rio2013. “O serviço é mais regular, mas as portas fecham muito rápido. Na terça-feira, a porta se fechou e duas pessoas do nosso grupo ficaram para trás. Perdemos meia hora até voltarmos para buscá-los. Dip diz que o grupo está demorando cerca de duas horas para fazer o trajeto.

Além dos problemas com os transportes públicos, o peregrino argentino também afirma que sente-se inseguro ao voltar para Duque de Caxias. “Os evento terminam tarde e acabamos chegando lá cerca de meia-noite. É meio inseguro”, ressalta.

O peregrino de Belo Horizonte, Gustavo Massa, concorda com a má qualidade dos serviços de transporte, que segundo ele o impediu de se locomover por alguns pontos da cidade nessa JMJ. “É muita falta de informação e indisponibilidade de ônibus e estações de metrô. A sensação é que não esperavam que o evento pudesse atrair tanta gente”, desabafa o jovem fiel, que está hospedado na Igreja Ressurreição, no Arpoador, no bairro de Ipanema.

Massa critica veementemente o prefeito Eduardo Paes pelo caos do transporte: “Faltou se programar. O prefeito diz que não sabia onde os peregrinos iriam ficar hospedados, mas isso não é desculpa”, afirma o peregrino, que ficou irritado com a declaração de Paes de que o Papa é um “criador de engarrafamentos”. “Ele que não se organiza”, critica.

Ainda de acordo com Massa, a organização para a final da Copa das Confederações entre Brasil e Espanha, no Maracanã, foi bem superior à da JMJ.

Colega de Massa, o também mineiro de BH, Matheus Junqueira, lembra dos serviços prestados pelos taxistas. “Para ir do Arpoador até o Leblon, uma linha reta, o motorista deu diversas voltas. Como tínhamos dois GPSs, de duas marcas diferentes, reclamamos, e fomos xingados”.

A queda de energia ocorrida no metrô na terça-feira (23), dia da cerimônia de abertura da JMJ Rio2013, também é lembrada pelos peregrinos que participam do evento. O português Cristopher Souza, que participa de sua terceira JMJ, afirma que foi a primeira vez que teve uma experiência negativa com o transporte durante este evento. Ele também já participou das edições ocorridas em Colônia, na Alemanha; e em Madri, na Espanha.

* Do Programa de Estágio do Jornal do Brasil