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Manifestantes e policiais entram em choque em Laranjeiras

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Após horas de manifestação pacífica nas proximidades do Palácio das Laranjeiras, onde o Papa Francisco foi recebido pela presidente Dilma Rousseff e autoridades nesta segunda-feira (22), policiais do Batalhão de Choque e manifestantes entraram em confronto. 

O tumulto começou após o Papa Francisco ter deixado o local. Alguns manifestantes jogaram pedras, garrafas d'água e coquetéis molotov em direção a jornalistas e a policiais, e o Batalhão de Choque da Polícia Militar usou bombas de efeito moral, balas de borracha e jatos d’água para dispersar as cerca de 1.500 pessoas que se aglomeraram nas proximidades do palácio, isolado pela Polícia Militar.

Um homem não identificado, de aproximadamente 30 anos, ao se deparar com os PMs se ajoelhou, mas uma bomba de efeito moral explodiu ao seu lado e ele caiu desacordado. Policiais ainda deram choques elétricos no manifestante inconsciente e o levaram para uma área de isolamento.

Segundo ativistas, três manifestantes teriam sido feridos com tiros de armas letais. Dois deles na perna e um com ferimento mais grave.

Segundo a Polícia Militar, através do twitter oficial da corporação, os cerca de 1500 manifestantes que estavam na Rua Álvaro Chaves, ao lado do Estádio do Fluminense, começaram a praticar atos de vandalismo, jogando coquetel molotov em direção aos PMs que faziam o policiamento na região. Duas pessoas foram detidas, um delas portando material explosivo, de acordo com a PM.  Um policial militar foi ferido, após ser atingido por um coquetel molotov. O policial sofreu queimaduras no tórax e foi encaminhado a hospital.

Dois caveirões da PM avançaram rapidamente para cima da multidão, que fugiu pela rua Pinheiro Machado e pela Rua das Laranjeiras. O estudante de Pedagogia Bruno Teles, 25 anos, foi preso suspeito de ter atirado o primeiro coquetel molotov. Ele foi detido por um policial infiltrado, o chamado P2, e estava com uma espécie de colete por baixo da roupa para se proteger dos tiros de balas de borracha. O estudante negou as acusações. "Represento a sociedade brasileira. Sou um trabalhador. Prefiro morrer aqui do que num hospital público", disse ele.

Um fotógrafo estrangeiro, da agência France Press, ficou ferido com um corte na testa durante o confronto, outro manifestante levou um tiro de bala de borracha e um carro da Rede Globo foi quebrado. 

Um boneco do governador Sérgio Cabral (PMDB) foi queimado durante o protesto. Aos gritos de "Cabral é ditador!" e "Não adianta me reprimir, esse governo tem que cair", os manifestantes dançavam ao redor da fogueira. Integrantes dos grupos Anonymous e Ocupa Cabral também protestavam no local.

Antes do confronto, a Polícia Militar fez um cordão de isolamento com mais de 100 policiais entre a sede do governo e a rua Pinheiro Machado com a travessa Pinto da Rocha. Todas as pessoas que tentam se aproximar do palácio eram barradas. Moradores precisaram apresentar comprovante de residência para poder passar pelo bloqueio.

Com Portal Terra