Cercada de matagal e de muros, pintados recentemente após a notícia da hospedagem do papa Francisco no local, a Residência Assunção, ou Palácio Apostólico do Sumaré, tem uma história ligada a importantes personalidades católicas do Brasil e do mundo. A casa fica na estrada do Sumaré, um dos caminhos que dão acesso ao Cristo Redentor, dentro do Parque Nacional da Tijuca. O papa chegará dia 22 de julho ao país para participar da Jornada Mundial da Juventude.
Embora o entorno da Residência Assunção não tenha comunidades tão próximas, o início do caminho por terra através da estrada do Sumaré passa pelo Morro do Turano, já pacificado pela Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). No entanto, um funcionário da portaria, que prefere não ser identificado diz que na última quarta-feira (22) a Polícia Federal foi ao local para analisar o melhor trajeto a ser percorrido. Como ele afirma, “será o mesmo esquema de segurança quando veio o papa João Paulo II, com a presença do Exército”.
A residência, onde o papa Francisco celebrará duas Santas Missas privadas nos dias 25 e 26 de julho, foi onde morou e faleceu, em 2012, o ex-arcebispo do Rio de Janeiro Dom Eugênio Sales, muito conhecido pela sua posição frente ao regime militar, quando supostamente usou seu poder junto aos militares para evitar diversas mortes dos chamados “subversivos”, tanto do Brasil como de outros países latino-americanos.
Amigo de Dom Eugênio, o agora papa-emérito Bento XVI também já ficou hospedado na Residência Assunção durante dez dias. No entanto, a visita foi em 1990, quando Joseph Ratzinger era ainda um cardeal. Bento XVI visitou o local durante um encontro de bispos, no qual foi um dos convidados para palestrar.
Quem já se hospedou na residência durante o papado foi João Paulo II, que ficou no local por duas das suas quatro visitas ao Brasil, em 1980 e 1997. Em uma delas, foi construído um heliponto, que provavelmente será utilizado com a presença do papa Francisco no local.
Acesso restrito
Mesmo sem a presença de personalidades importantes do catolicismo no dia a dia, a Residência Assunção é fechada ao público, inclusive a sua capela. O local é utilizado apenas como um complexo de eventos fechados para padres e bispos, além de ser a moradia para alguns religiosos.