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O artista e o administrador Silvio Santos são diferentes

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A NOTÍCIA da compra do Banco PanAmericano pelo BTG Pactual não trouxe alívio apenas para os correntistas da instituição financeira pertencente, até ontem, ao Grupo Silvio Santos. A transação, cujo valor divulgado foi de R$ 450 milhões, evitou uma significativa mancha na biografia daquele que talvez seja o maior comunicador brasileiro.

O PanAmericano, especializado em leasing e financiamento de carros, segundo Silvio Santos, entrou em crise por “má administração”. Precisou, por isso, recorrer a um aporte de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor, espécie de pronto socorro do sistema financeiro.

Agora, com a venda, o apresentador e proprietário da rede de televisão SBT – entre outras empresas – se disse feliz por “não ter causado prejuízos a nenhum correntista”.

Aos 81 anos, Silvio Santos é um ícone da TV brasileira. Mas, se é insuperável no palco, já foi muito criticado por suas atitudes políticas, como, por exemplo, estreitar laços e promover os governos militares até ganhar a concessão de seu canal.

Também quase colocou fogo na eleição presidencial de 1989 – a primeira pós-ditadura – ao aceitar uma barganha com um candidato nanico para entrar na disputa pela janela, manobra que, felizmente, foi vetada pela Justiça. A quebra de seu banco seria uma mácula difícil de limpar, mas, entre mortos e feridos, salvaram-se todos.

E o Brasil poderá continuar admirando seu melhor apresentador, independentemente de escorregões políticos ou administrativos. Porque o artista independe do ser humano.