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O taxista que peitou a Globo

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Nos anos 80, ele ajudou a desmascarar a Proconsult Jorge Schweitzer acusa a Globo de ter protegido o pai e a madrasta de Joanna Marcenal, apontados como responsáveis pela morte da menina, que tinha apenas 5 anos.

– André Rodrigues Marins (pai de Joanna e acusado de matá-la) é sobrinho do deputado federal Antônio Carlos Biscaia (PT) – lembra Schweitzer. – Falei para a repórter que “O Globo” e a “TV Globo” estavam sendo parciais, nitidamente do lado da família.

Segundo ele, a repórter, assustada, tentou se defender e disse que estava se sentindo ameaçada. Bem-humorado, Jorge Schweitzer não perdeu a oportunidade para alfinetá-la.

– Quando ela disse que o jornal era imparcial, sugeri que fizessem uma matéria contan do a trajetória do Brizola. Aí ela enlouqueceu e pediu para levá-la até 9ª DP (Catete).

O caso não foi longe. Como não tinha muito o que alegar, a repórter do jornal “O Globo” não levou o caso adiante. Jorge Schweitzer conta que a empresa chegou a buscar informações a seu respeito, mas não tomou qualquer atitude.

– Esse tipo de repercussão não é boa para o meu blog – lamenta o taxista. Seu post sobre o incidente com a repórter acabou replicado em vários sites na internet, quase sempre com comentários a seu favor. – Eu gosto de tratar as coisas com bom humor, meu intuito com o blog é brincar com essas incoerências.

O problema é que, às vezes, o destino nos coloca em situações nas quais somos obrigados a agir da maneira correta.

Jorge Schweitzer conta que foi esse mesmo senso de justiça que o levou a participar ativamente de campanhas na internet pedindo a condenação dos pais de Joanna Marcenal. Em seu blog, é possível encontrar entrevistas com políticos, vídeos de abordagens policiais que ele testemunhou na rua ou gravações feitas de dentro do próprio táxi.

Apesar de o Táxi em Movimento ter sido criado apenas em 2008, o histórico de lutas de Jorge Schweitzer é longo. Em 1982, ele estava entre os programadores que desmascararam a Proconsult, empresa que fraudou as eleições na época.

– Nós tivemos a autorização da Justiça Eleitoral para verificar o sistema de contagem de votos – lembra o taxista, fã confesso de Brizola e ex-programador. – Era algo ridículo, de tão descarado. Chegamos a achar engraçado. Tenho orgulho de ter participado daquilo – relembra. Quando mandei a repór ter sugerir ao jornal uma matéria sobre a trajetória do Brizola, ela enlouqueceu Jorge Schweitzer.