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Blatter e Valcke se irritam com pergunta sobre "Caso Match"

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O presidente da Fifa, Joseph Blatter, ficou irritado nesta segunda-feira quando perguntado sobre a venda ilegal de ingressos para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil. O esquema envolve, de acordo com as investigações da Polícia Civil do Rio, o diretor da Match, Raymond Whelan.

“Quando você fala em corrupção, é preciso apresentar evidência. Quando se fala sobre processo ilegal de venda de entradas, é preciso demonstrar”, disse, durante o briefing da Fifa com os jornalistas, como se não soubesse do caso.

“Na África do Sul, também tivemos gente presa por revenda. Não colocamos entradas à venda fora do sistema da Fifa ou do nosso centro de ingressos. Vendemos todos os ingressos nominais - seja para associações, parceiros ou o público. Combatemos a revenda e estimulamos que quem queira revender seus ingressos o faça através do nosso sistema”, disse. “O mesmo acontece com os ingressos de hospitalidade”, afirmou, fazendo referência ao caso Match. A empresa é responsável apenas por fazer reservas em hotéis, embora Raymond Whelan tenha sido pego em seu quarto do Copacabana Palace com entradas VIPs.

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Em nenhum momento os dois disseram algo sobre a fuga de Whelan ou sobre as notas oficiais da Fifa apoiando a Match integralmente, dizendo inclusive confiar nos seus executivos - o que inclui o foragido Whelan.

“Nunca dissemos que não estamos colaborando com a justiça. Estamos 1000% dentro do assunto. Não se pode dizer que a Fifa não está combatendo a revenda. Não há uma só entrada que tenha saído da Fifa por um preço maior ao anunciado”, disse Valcke.

O fato é que Blatter e Valcke dizem adeus ao Brasil nesta terça-feira. Embora a Copa do Mundo de 2014 tenha sido um sucesso dentro dos gramados (e, de certa forma, bem correto fora dele), vai sair para sempre manchado pelo caso envolvendo a Match e sua principal valedora: a Fifa. Ainda mais porque a polícia brasileira disse que a investigação está apenas começando e pode virar um caso de Interpol.