ASSINE
search button

Apesar de protestos, clima de torcida toma conta do país

Ruas são ocupadas por torcedores, carros e edifícios enfeitados com cores das seleções

Compartilhar

A Copa do Mundo 2014 teve sua abertura nesta quinta-feira (12) com protestos marcados em diversas cidades brasileiras, em um cenário de ruas, carros e torcedores vestidos com as cores de suas seleções de futebol favoritas. Torcendo ou não pelos jogadores do país, brasileiros se preparam para assistir às partidas, em casa, nos estádios ou nos telões montados nas ruas. A incerteza sobre a realização do evento - com uns bradando "Não vai ter Copa" e outros "Vai ter Copa, sim", principalmente os que conseguiram os difíceis ingressos - deu lugar ao clima de festa. Nem os problemas apontados na infraestrutura nem as ameaças de paralisação do trânsito nas cidades-sede impediram o início da competição.

De acordo com o Ministério do Turismo, são 3,7 milhões de turistas, brasileiros e estrangeiros, no Brasil. Ao andar pelas ruas do Rio de Janeiro, por exemplo, não se tem dúvidas de que os estrangeiros chegaram - alguns barrados no aeroporto por complicações com a Justiça.

"Como diz o Felipão, chegou a hora. Chegou o momento que todos os brasileiros esperavam, principalmente nós, jogadores e comissão técnica. Espero que o dia de hoje passe rápido. Estou ansioso, mas ao mesmo tempo a felicidade é muito grande", declarou Neymar em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (12).

A presidente Dilma Rousseff, na noite de quarta (11), tratou de desejar boa sorte em conversa por telefone ao responsável pela seleção brasileira, Felipão. No perfil oficial do Twitter, a presidenta registrou que o povo brasileiro ama e confia na seleção, e usou as hashtags #CopadasCopas e #RumoAoHexa. Ela já havia enviado, no início da semana, uma carta à Seleção Brasileira de Futebol, citando uma “alegria nas pernas, ginga no corpo e improviso desconcertante”. 

>> O Brasil não pode se dividir

O papa Francisco, declarado um fã do esporte, também usou o Twitter na manhã desta quinta-feira (12) para aconselhar que todos aproveitem a Copa do Mundo no Brasil "com espírito de verdadeira fraternidade". Para o Pontífice, o futebol deve ser uma escola de construção para uma cultura do encontro, na permissão da paz e da harmonia entre as pessoas.

"Para jogar em equipe é necessário pensar, em primeiro lugar, no bem do grupo, não em si mesmo. Para vencer, é preciso superar o individualismo, o egoísmo, todas as formas de racismo, de intolerância e de instrumentalização da pessoa humana", escreveu o Pontífice. 

A chegada dos jogadores estrangeiros também ajudou a animar mais a torcida no país. Cristiano Ronaldo foi o centro das atenções no treinamento aberto ao público realizado pela seleção portuguesa na manhã desta quinta no Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, interior do estado de São Paulo. As dez mil pessoas que conseguiram ingressos estavam ali para ver o craque do Real Madrid. 

A Copa do Mundo de 2014 teve a maior procura de ingressos registrada. As solicitações superaram em muito os 3 milhões disponibilizados para os 64 jogos do torneio. As 12 cidades-sede também terão a Fifa Fan Fest, espaços com grandes telões que passarão os jogos e onde a torcida poderá fazer a confraternização após as partidas. De acordo com a Fifa, haverá música ao vivo e seleção internacional de comidas e bebidas entre os jogos. Nas edições da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, e de 2010, na África do Sul, estima-se que 24 milhões de pessoas se reuniram nesses espaços. A entrada é gratuita.

Brasileiros realizaram protestos e atos anti-Copa em diversas cidades brasileiras, como Rio, Belo Horizonte e São Paulo. Na véspera, no Rio de Janeiro, ativistas foram levados a prestar depoimentos em relação às manifestações realizados desde o ano passado. No Rio, na manhã desta quinta, centenas de pessoas estenderam faixas contra a Copa e a favor da educação e da saúde. Entre elas destacavam-se "Fifa go home" e "Gari vale mais do que Neymar", "Copa sem povo, tô na rua de novo" e "30 dias virou R$ 30 bilhões", referindo-se ao gasto total com a Copa do Mundo.

Na maior das faixas, o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) escreveu em inglês e português uma mensagem em favor da saúde, educação e cultura. O segundo protesto do dia, intitulado como "NÃO VAI TER COPA! FIFA GO HOME!", durante a tarde, em Copacabana, critica as remoções forçadas, os gastos excessivos com obras, a elitização dos estádios e a forte repressão aos protestos. 

Confira a programação de jogos para este final de semana

Sexta-feira - 13 de junho

13h - México x Camarões  - Arena das Dunas - Grupo A

16h - Espanha x Holanda - Fonte Nova - Grupo B

19h - Chile x Austrália - Arena Pantanal - Grupo B

Sábado - 14 de junho

13h - Colômbia x Grécia - Mineirão - Grupo C

16h - Uruguai x Costa Rica - Castelão - Grupo D

19h - Inglaterra x Itália - Arena Amazônia - Grupo D

22h - Costa do Marfim x Japão - Arena Pernambuco - Grupo C

Domingo - 15 de junho

13h - Suíça x Equador - Mané Garrincha - Grupo E

16h - França x Honduras - Beira-Rio - Grupo E

19h - Argentina x Bósnia - Maracanã - Grupo F