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Para aiatolá Khamenei, Irã 'não precisa' de tratados internacionais sobre terrorismo

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O Irã "não precisa aderir" às convenções internacionais contra o financiamento do terrorismo ou lavagem de dinheiro, declarou nesta quarta-feira o guia supremo iraniano, Ali Khamenei, em pleno debate parlamentar sobre a adesão a esses tratados.

O Majlis (Parlamento), "que é sábio e maduro, deve legislar de forma independente em questões como a luta contra o terrorismo ou lavagem de dinheiro", afirmou o aiatolá Khamenei em um discurso aos deputados iranianos, de acordo com seu site oficial.

"É claro que algumas disposições internacionais podem ser boas, mas não há necessidade de aderir a essas convenções" quando "não sabemos o que elas escondem como objetivos reais ou quando são problemáticas", acrescentou o líder da República Islâmica.

O Majlis suspendeu no início do mês as discussões sobre a adesão do Irã à Convenção das Nações Unidas para a Supressão do Financiamento do Terrorismo (que entrou em vigor em 2002), em um contexto de incerteza sobre o futuro do acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano, após a retirada dos Estados Unidos deste pacto assinado em Viena em 2015.

Esta adesão é uma das condições propostas pelo Grupo de Ação Financeira (Gafi) para retirar a República Islâmica de sua lista negra de países não-cooperativos, e na qual apenas dois Estados estão presentes hoje: o próprio Irã e a Coreia do Norte.

Os deputados ultra-conservadores, que se opõem à adesão, acreditam que isso eliminaria o apoio do Irã ao Hezbollah libanês e ao Hamas palestino, dois movimentos considerados "terroristas" pelos Estados Unidos e a União Europeia.

O governo, por outro lado, apoiado por conservadores moderados e reformistas, defende a adesão a essas convenções porque "é do interesse do Irã". No entanto, seus argumentos perderam peso após a decisão de Washington de se retirar do acordo nuclear de Viena.

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