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Netanyahu adverte Gaza para intensificação de operações militares

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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, advertiu nesta quarta-feira (20) que o Exército pode intensificar as suas operações contra a Faixa de Gaza, comandada pelo movimento palestino Hamas, após um novo episódio de violência.

Nesta quarta-feira, antes do amanhecer, aviões da Força Aérea israelense bombardearam 25 alvos do Hamas na Faixa de Gaza em represália ao lançamento de foguetes do enclave palestino.

Netanyahu advertiu durante um discurso em uma cerimônia militar no sul de Israel que "intensificaria" suas operações contra a Faixa de Gaza se fosse necessário.

"Estamos preparados para qualquer cenário e nossos inimigos fariam bem em entendê-lo", declarou.

A força militar israelense indicou nesta quarta-feira que os aparatos israelenses atacaram 25 posições do braço armado do movimento islamista Hamas.

Os militares detalharam que mais de 45 foguetes e obuses de morteiro foram disparados na direção de Israel a partir do enclave.

Cinco palestinos ficaram levemente feridos pelos bombardeios, segundo fontes médicas de Gaza.

Do lado israelense não foi registrada nenhuma vítima. Mas grande parte dos 200 mil habitantes israelenses que vivem perto da fronteira com Gaza passaram a noite em abrigos.

Kobi Ivri, que vive em um kibutz, contou à AFP que saiu correndo com sua família às 05h20 para um abrigo.

- Temor de escalada -

O sistema israelense de defesa antiaérea interceptou sete disparos palestinos, embora outros tenham chegado ao território israelense.

Trata-se do segundo episódio similar em três semanas. Como no fim de maio, quando o braço armado do Hamas e da Jihad Islâmica, outra força islamita palestina, reivindicaram os disparos de foguetes, resposta, segundo eles, aos ataques israelenses dos últimos dias.

"A equação é simples: será bombardeio por bombardeio, não permitiremos que o inimigo execute impunemente esses atos de agressão contra nosso povo e a Resistência", indicaram em comunicado conjunto, prometendo responder aos ataques israelenses.

Israel repete que aponta as posições do Hamas como responsáveis por todas as ações provenientes do território.

Israel e Hamas travaram três guerras desde 2008 e observam desde a última delas, em 2014, um cessar-fogo muitas vezes interrompido por ações hostis.

As tensões se agravaram com o início, em 30 de março, de uma mobilização na Faixa de Gaza contra o bloqueio sofrido no enclave e pelo direito ao retorno dos palestinos às terras das quais foram expulsos com a criação de Israel, em 1948.

Israel justifica o bloqueio imposto há mais de 10 anos pela necessidade de conter o Hamas.

Essa mobilização gerou manifestações ao longo da fronteira entre Gaza e Israel, e confrontos entre palestinos e soldados israelenses, posicionados na cerca que fecha o enclave.

Ao menos 132 palestinos morreram por disparos israelenses desde 30 de março, a grande maioria nos confrontos na fronteira.

A mobilização diminuiu nos últimos dias, mas Israel tenta fazer frente ao envio maciço de foguetes e balões incendiários que, lançados da Faixa de Gaza, queimaram milhares de hectares de seu território.

- Foguetes e balões incendiários -

O fenômeno gera uma polêmica política sobre como responder. O Exército, se amparando na ideia de realizar uma represália proporcional e para evitar uma escalada, tem resistido aos chamados de eliminar as pessoas que lançam esses artefatos.

Mas, ao mesmo tempo, acentuou a resposta militar bombardeando posições do Hamas.

Um porta-voz do Exército israelense, o tenente-coronel Jonathan Conricus, indicou que o Exército se limita até agora a fazer advertências verbais aos que lançam os foguetes, ou fazer disparos de advertência. "Mas essa situação pode mudar", advertiu.

Esses foguetes, que "parecem brinquedos", são, de fato, "armas destinadas a matar", afirmou à imprensa.

Este último incidente ocorre antes da chegada a Israel de emissários do presidente americano, Donald Trump, para tentar fazer avançar um plano de sua administração sobre o complexo conflito israelense-palestino.

Mas o pessimismo impera sobre as chances de sucesso deste plano e surgem questões sobre como poderão abordar a explosiva situação em Gaza.