O navio "Diciotti" da Guarda Costeira italiana chegou na noite desta terça-feira ao porto de Pozzallo, no extremo sul da Sicília, onde deverá desembarcar mais de 500 imigrantes, incluindo cerca de 40 resgatados há uma semana diante da costa da Líbia por um navio da Marinha americana.
"O 'Diciotti' finalmente atracou em Pozzallo resgatando 522 pessoas", tuitou o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur).
"Foram resgatados em diversas operações, 42 deles sobreviveram ao afogamento e precisam urgentemente de cuidados e apoio psicológico", acrescentou a agência da ONU, que diz estar presente junto às autoridades italianas e às organizações humanitárias.
Um grupo de imigrantes muito desidratados - seis crianças, três mulheres e um homem - já havia chegado a Pozzallo para atendimento médico.
Não foi informado se o grupo pertencia aos 40 emigrantes resgatados na costa Líbia na terça-feira passada e que ficaram uma semana a bordo do "USNS Trenton" antes de passar ao "Diciotti".
Durante seu resgate, a tripulação do "Trenton" viu uma dezena de corpos no mar, mas privilegiou o resgate dos sobreviventes, segundo comunicado da Marinha americana.
Um navio da ONG Sea Watch que recebeu um pedido de socorro e ofereceu ajuda sob a condição de poder levar os imigrantes a um porto italiano teve seu pedido negado pelas autoridades em Roma.
Matteo Salvini, ministro do Interior italiano e novo homem forte da política do país, deixou claro que a partir de agora será impossível que barcos de ONGs que ajudam os emigrantes na costa da Líbia possam desembarcar sua "carga humana" nos portos italianos.
Salvini, que tomou posse em 1º de junho, acusa as ONGs de cumplicidade com traficantes de pessoas que operam na Líbia.