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Ministro quer fazer 'censo' de ciganos na Itália

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O ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, anunciou nesta segunda-feira (18) um projeto para fazer um "censo" dos ciganos que vivem no país e "expulsar" estrangeiros que estejam em situação irregular.

"Infelizmente, temos de deixar os ciganos italianos aqui", declarou o secretário da Liga à emissora "TeleLombardia". Segundo ele, o objetivo não é "tomar impressões digitais de ninguém", mas detalhar a situação dos acampamentos nômades.

"Queremos proteger, antes de tudo, milhares de crianças às quais não é permitido frequentar a escola regularmente porque preferem introduzi-los na delinquência", explicou Salvini. A medida, no entanto, vem sendo comparada às perseguições raciais do regime fascista.

"O anúncio do ministro Matteo Salvini de um possível censo da população cigana na Itália preocupa e desperta lembranças de leis e medidas racistas de 80 anos atrás e, tristemente, cada vez mais esquecidas", afirmou a presidente da União das Comunidades Hebraicas Italianas, Noemi Di Segni.

"Não há busca por votos, não há ânsia por ordem pública que justifique a proposta inquietante de identificar específicas categoriais sociais e submetê-las a políticas de segurança reservadas apenas a elas", acrescentou.

Já o presidente da Associação 21 de Julho, Carlo Stasolla, que se ocupa da tutela dos direitos de comunidades nômades, afirmou que a Itália não permite censos com base étnica. "Lembramos que os ciganos italianos estão em nosso país há pelo menos meio século e às vezes são mais italianos que muitos de nossos conterrâneos", disse.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (Istat), pouco menos de 30 mil ciganos vivem nos 516 acampamentos nômades da Itália, o equivalente a 0,05% da população do país.