O partido liberal Cidadãos exigiu nesta sexta-feira (25) do presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, que convoque eleições antecipadas e anunciou que não apoiará a moção de censura apresentada pela oposição socialista.
Depois da condenação judicial do Partido Popular (PP) por se beneficiar de uma rede de financiamento ilegal, o Cidadãos pediu a Rajoy que convoque eleições "nas próximas semanas", disse à imprensa o secretário-geral e número dois do partido, José Manuel Villegas.
Caso Rajoy se negue, o partido manobrará no Parlamento para que este antecipe as eleições.
Ele declarou, porém, que "vamos nos opor a essa moção" de censura promovida pelos socialistas para substituir o governo do PP de Rajoy.
Sem o apoio do Cidadãos, para avançar no Parlamento, a moção do Partido Socialista precisará do apoio da esquerda radical Podemos, que já antecipou ser a favor.
"A moção apresentada pelo senhor (Pedro) Sánchez, supomos que com o apoio de populistas e separatistas, não é a moção do Cidadãos, não vamos estar lá. Vamos nos opor a essa moção", afirmou Villegas.
Liderado por Pedro Sánchez, o Partido Socialista apresentou a moção de censura nesta sexta-feira na Câmara baixa do Parlamento, um dia depois das condenações da chamada "trama Gürtel".
Essa rede consistia em um sistema, pelo qual subornou-se, entre 1999 e 2005, dirigentes do PP em diferentes regiões da Espanha, para que estes concedessem contratos públicos a empresas "amigas".
Nesse caso, a Audiência Nacional condenou a 33 anos de prisão o ex-gerente e ex-tesoureiro do PP Luis Bárcenas (1988-2009). Segundo a sentença, ele administrou desde 1989 uma "contabilidade paralela" no partido.
A Audiência também condenou o PP a pagar 245.492 euros como "partícipe a título lucrativo" da rede de corrupção, uma decisão da qual o partido conservador, presidido por Rajoy desde 2004, pretende recorrer.
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