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Diplomata dos EUA na China sofre lesão similar à registrada em Cuba

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Um diplomata americano na China sofreu uma lesão cerebral vinculada a "sons anormais", um caso "muito similar" ao reportado no ano passado por funcionários dos Estados Unidos e do Canadá em Cuba, afirmou nesta quarta-feira (23) ao Congresso o secretário de Estado americano, Mike Pompeo.

Autoridades americanas e chinesas investigam o caso, depois que um funcionário na cidade de Cantão, no sul do país, que não teve a identidade revelada, foi diagnosticado com traumatismo crânio-encefálico leve (TCE).

A embaixada americana em Pequim emitiu alerta sanitário nesta quarta sobre o incidente, enquanto assegura desconhecer o que causou estes sintomas ou se existe algum caso similar no país.

Em Washington, o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, pediu moderação e prudência.

"Não queremos que este caso isolado (...) seja politizado", disse Yi em coletiva conjunta com o secretário de Estado americano, Mike Pompeo.

O diplomata chinês acrescentou que seu país "realiza uma investigação de forma muito responsável" sobre o caso.

De acordo com a embaixada americana na China, o funcionário alega ter sofrido o problema cerebral devido a ruídos não especificados, em um caso similar ao registrado no ano passado por funcionários americanos em Cuba.

Pompeo, por sua vez, expressou "preocupação" com este "incidente médico", mas afirmou que Estados Unidos e China estavam "trabalhando juntos" no caso.

"As indicações médicas são muito similares e totalmente consistentes com as indicações registradas com os americanos trabalhando em Cuba", expressou.

- Antecedentes -

Segundo a embaixada, o funcionário queixou-se de sentir "ruídos difusos, sutis, mas anormais".

O funcionário sofreu "certos sintomas físicos" entre o final de 2017 e abril de 2018, indicou Jinnie Lee, porta-voz da embaixada dos EUA em Pequim. De volta aos Estados Unidos, em 18 de maio, foi diagnosticado com traumatismo crânio-encefálico (TCE) leve.

Pela manhã, durante audiência no comitê de Relações Exteriores da Câmara de Representantes, Pompeo havia dito que o caso era muito similar ao que estremeceu as relações entre Washington e Havana.

No ano passado, 24 diplomatas americanos e seus familiares foram vítimas de um misterioso ataque em Cuba, que provocou neles lesões similares às de um traumatismo encefálico. Dez canadenses e seus familiares também sofreram enfermidades estranhas.

Até o momento, as investigações feitas por peritos americanos não permitiram descobrir a causa, nem os meios dos chamados "ataques sônicos" ou "acústicos" em Cuba.

Pompeo informou que o governo americano deslocou pessoal médico para investigar o caso chinês.

O secretário de Estado assegurou que seu Departamento "leva este incidente muito a sério e trabalha para determinar as causas e o impacto do mesmo", disse Lee, acrescentando ter recebido a confirmação das autoridades chinesas de que também "estão investigando e tomando as medidas apropriadas".

Após o incidente em Havana, os Estados Unidos reduziram ao mínimo seu pessoal em Cuba e responsabilizaram o governo da ilha por não garantir a integridade física dos diplomatas em seu território.

Cuba negou qualquer responsabilidade nos episódios e uma investigação questionou a ocorrência destes ataques.

O governo canadense também informou que dez de seus funcionários em Cuba experimentaram os mesmos sintomas. Após um ano de investigações sem conseguir revelar as causas, Ottawa começou a retirar da ilha os parentes dos diplomatas.