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Novas prisões de ativistas pelos direitos da mulher na Arábia Saudita

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As autoridades sauditas continuam com sua campanha de repressão contra ativistas de direitos da mulher, com pelo menos três novas prisões, asseguraram várias ONGS nesta terça-feira.

Quase um mês antes da suspensão da proibição de as mulheres dirigirem no reino, Riad anunciou no sábado a prisão de sete pessoas que foram apresentadas aos meios de comunicação sauditas como "traidoras".

Segundo ativistas e grupos de defesa dos direitos humanos, a maioria delas seriam mulheres que se destacaram na luta pelo direito de dirigir e de se livrar da tutela masculina.

Segundo a Anistia Internacional, o número de pessoas detidas é agora de 10 e pelo menos sete delas são mulheres.

Já o Centro do Golfo pelos Direitos Humanos e um ativista saudita afirmaram que havia 12 pessoas detidas.

"Apesar da indignação internacional e dos pedidos de libertação desses ativistas, continuam detidos por causa de sua atividade pacífica a favor dos direitos humanos", informou à AFP Samah Hadid, diretora de campanhas da Anistia Internacional para o Oriente Médio.

"As autoridades sauditas não podem continuar declarando publicamente que estão a favor das reformas e ao mesmo tempo tratar os ativistas pelos direitos da mulher dessa forma tão cruel", acrescentou.

Os responsáveis sauditas não comentaram o assunto.

Sem identificar os detidos, os serviços de segurança sauditas os acusaram no sábado de ter mantido "contatos suspeitos com partes estrangeiras", de ter dado apoio financeiro a "elementos hostis no exterior" e de ter tentado atacar a segurança e a estabilidade do reino.

Segundo a Human Rights Watch, entre os detidos estaria Lujain Al Hathlul - detida em 2014 durante 73 dias depois de ter tentado cruzar de carro a fronteira entre os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita - e Aziza Al Yusef, professora aposentada da universidade Rey Saud de Riad.

bur-ac/atm/hc/mer/bpe/jvb/cc