ASSINE
search button

Chefe da diplomacia norte-coreana se reúne com premiê sueco

Compartilhar

O ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Ri Yong Ho, reuniu-se nesta sexta-feira com membros do governo da Suécia, país que representa os interesses americanos no país asiático, em um contexto de distensão entre os ocidentais e Pyongyang.

O chefe da diplomacia norte-coreana chegou na noite de quinta-feira a Estocolmo, uma semana depois de o presidente americano, Donald Trump, aceitou participar de uma hipotética cúpula histórica com o dirigente da Coreia do Norte, Kim Jong Un. 

O político norte-coreano viajou para a Suécia, acompanhado do vice-diretor do departamento América do Norte de seu ministério, Choe Kang Il. 

Após uma jantar com sua contraparte sueca, Margot Wallström, na quinta-feira, Ri se entrevistou com o primeiro-ministro, Stefan Löfven, na manhã desta sexta-feira, e de novo com Wallström durante horas em uma residência do bairro das embaixadas em Estocolmo. 

Depois desse encontro, a ministra sueca comemorou "a atmosfera construtiva" durante as negociações com Ri, declarou à imprensa.

"O diálogo é necessário (...) mas não somos tão ingênuos para pensar que poder resolver todos os problemas do planeta. Serão as partes envolvidas que deverão decidir o caminho a seguir", havia declarado Wallström pouco antes à margem de uma reunião no Parlamento sueco.

As autoridades suecas anunciaram que as conversações com os representantes norte-coreanos, que deviam terminar na noite desta sexta-feira, continuariam no sábado.

Segundo o governo sueco, Ri e seus interlocutores tinham previsto falar sobre a desnuclearização da península coreana e da possível cúpula entre Trump e Kim Jong Un.

A visita do ministro norte-coreano também busca "contribuir para a aplicação efetiva das resoluções" votadas pelo Conselho de Segurança contra Pyongyang sobre su programa nuclear, mas também as que "destacam a necessidade de intensificar os esforços para encontrar uma solução pacífica ao conflito", segundo Estocolmo.

A diplomacia sueca destacou que não fará coletiva de imprensa durante a visita, mas que emitirá um comunicado após as reuniões.

- Papel de mediador -

A Suécia, membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas eleito para o período 2017-2018, dirige esta mediação na qualidade de "potência protetora" dos Estados Unidos, Canadá e Austrália, cujos interesses representa em Pyongyang.

Após meses de tensões e ameaças de guerra em torno do programa nuclear de Pyongyang, uma cúpula entre Donald Trump e Kim Jong Un poderia ser celebrada antes do fim de maio, anunciou na semana passada um alto funcionário sul-coreano.

Trump confirmou o projeto da cúpula, mas a Coreia do Norte ainda não o fez, e muitos especialistas se mostram prudentes com relação às possibilidades de êxito de um encontro entre os dois líderes.

Diante dessa perspectiva, a Suécia "tem um papel a desempenhar" se as duas partes o desejarem, declarou nesta quinta-feira o premiê Löfven.

No ano passado, Trump já tinha agradecido ao governo sueco por seus esforços para conseguir a libertação do estudante americano Otto Warmbier, detido em 2016 em Pyongyang e morto pouco depois de sua liberação e retorno aos Estados Unidos.