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Venezuela confirma prisão de brasileiro por espionagem

Jonatan Diniz mora em Los Angeles e atua para uma ONG norte-americana

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O governo da Venezuela confirmou nesta sexta-feira (5) que prendeu o brasileiro Jonatan Moisés Diniz, de 31 anos, por suposta ligação com uma "organização criminosa com tentáculos internacionais". De acordo com um interlocutor do governo, o catarinense era um "espião da CIA".

Jonatan mora atualmente em Los Angeles e foi preso com outros três venezuelanos no estado de Vargas. Nas redes sociais, a última postagem do brasileiro ocorreu no dia 25 de dezembro. 

Nesta quinta-feira (4), o Ministério das Relações Exteriores cobrou explicações da Venezuela sobre a prisão do brasileiro. Segundo nota do Itamaraty, o Brasil procurou "inúmeras vezes" as autoridades venezuelanas, tanto em Brasília quanto em Caracas, mas até agora não obteve resposta.

"O consulado-geral do Brasil em Caracas entrou em contato com as autoridades policiais venezuelanas expressando preocupação e pedindo informações sobre a presença do cidadão brasileiro na Venezuela, bem como sua situação jurídica e autorização para visita consular", diz o comunicado.

Além disso, a embaixada brasileira vem pedindo "mais informações sobre o paradeiro" de Diniz. "Até o momento, apesar da promessa de retorno dos interlocutores, não houve resposta. Em Brasília, instada a fazê-lo, a embaixada venezuelana tampouco prestou qualquer esclarecimento", acrescenta a nota.

A prisão de Diniz foi anunciada por Diosdado Cabello, vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (Psuv), durante seu programa de TV. O brasileiro é membro de uma ONG filantrópica que atua no país, mas o chavista o acusou de pertencer a uma "organização criminosa".

Acusações

Jonatan Diniz foi detido no dia 28 de dezembro pelas forças de segurança da Venezuela, no estado de Vargas. Segundo a agência oficial de notícias do país, o jovem é acusado de manter atividades desestabilizadoras contra o regime de Nicolás Maduro.

O catarinense e três venezuelanos fariam parte da organização não governamental Time to Change the Earth (Tempo de Mudar a Terra, em tradução livre). Para o governo, a entidade seria uma “organização criminosa com tentáculos internacionais”, que distribuiria alimentos e bens a moradores de rua com o objetivo de obter recursos em moeda nacional com vistas a promover ações contra o governo.

Em seu perfil no Facebook, Diniz fazia apelos por doações para famílias pobres na Venezuela, denunciando a fome que atinge milhares de crianças no país.

Da Agência ANSA e Agência Brasil