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Arábia Saudita acusa Irã de 'agressão militar direta'

Tensão entre as duas potências vem aumentando nos últimos dias

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Em mais um episódio da crise entre as duas maiores potências do Oriente Médio, a Arábia Saudita acusou o Irã de promover uma "agressão militar direta" contra o país ao fornecer mísseis para rebeldes no Iêmen.

Segundo o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, que recentemente realizou um expurgo de possíveis adversários dentro da família real saudita, isso pode ser "considerado um ato de guerra".

As declarações foram dadas durante uma conversa por telefone com o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson. No último sábado (4), um míssil balístico disparado por rebeldes iemenitas houthis foi interceptado nos arredores do aeroporto de Riad, na Arábia Saudita.

O país árabe culpa o Irã pelo fornecimento do armamento, mas a nação persa respondeu que a acusação é "irresponsável", "provocatória" e "infundada". No conflito no Iêmen, Teerã e o grupo libanês Hezbollah apoiam os houthis, xiitas, enquanto Riad defende forças sunitas.

Também no último sábado, o primeiro-ministro do Líbano, Saad Hariri, renunciou ao cargo - durante uma visita à Arábia Saudita -, acusando o Irã de interferir na política do mundo árabe. De maioria xiita, o país persa é o principal antagonista de Riad no Golfo.

Além do Iêmen, as duas nações estão em lados opostos na guerra civil da Síria e são próximas a duas potências igualmente rivais: a Arábia Saudita é a maior aliada dos Estados Unidos na região, e o Irã conta com o suporte da Rússia.

Recentemente, seis países árabes, liderados por Riad, romperam laços diplomáticos com o Catar, entre outras coisas por causa das boas relações entre Doha e Teerã.