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Rede CNBC aponta ligações entre príncipe saudita e genro de Trump

Herdeiro da coroa vem conduzindo uma série de prisões em suposta guerra contra corrupção

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A rede norte-americana CNBC publicou uma análise profunda sobre as ligações entre o príncipe herdeiro da coroa da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman e a família do presidente dos EUA, Donald Trump. O Jornal do Brasil já havia antecipado, no domingo (5), as relações e suas consequências.

>> Veja aqui: Crise na Arábia Saudita

O saudita – que vem conduzindo uma série de prisões de ministros, empresários e príncipes em uma suposta guerra contra a corrupção endêmica no país – teria fortes ligações com o republicano: na semana passada, o genro de Trump, Jared Kushner, visitou secretamente o país do Oriente Médio, dias antes do começo das prisões. Kushner é conselheiro da Casa Branca.

O movimento de bin Salman é visto por muitos como uma forma do príncipe herdeiro consolidar o poder recém adquirido.

De acordo com o veículo, bin Salman lidera programas voltados à diversificação da economia do país além da produção de petróleo, com o objetivo de industrializar o reino. Atualmente, a Arábia Saudita é considerada um país rentista, ou seja, um estado cuja receita depende substancialmente da negociação de recursos nativos para clientes externos, no caso, o petróleo.

Segundo Hasnain Malik, chefe de pesquisa no banco de investimentos Exotix Capital, entrevistado pela CNBC, “este é o mais recente ato de concentração de poder na Arábia Saudita. Apesar de parecer sem precedentes e controversa, esta centralização pode também ser uma condição necessária para empurrar a agenda de austeridade e transformação que bin Balman supervisiona”.

O jornal ressaltou que as ligações entre Trump e bin Balman ficam claras quando, “além de ter provavelmente orquestrado a última viagem de Trump à Arábia Saudita, bin Salman alegadamente desenvolveu uma relação com o conselheiro Kushner.” Sugerindo um apoio de Trump ao príncipe saudita.

Para a CNBC, tudo isso se conectaria com a estatal de petróleo saudita Saudi Aramco. “Os EUA têm muitas razões para seu interesse na Arábia Saudita e o papel central do país na geopolítica do Oriente Médio, mas o presidente tem se concentrado nos últimos dias em algo mais específico: uma vitória para Wall Street.”

Trump teria o desejo de ver a Saudi Aramco listar suas ações na bolsa de valores dos EUA. Se espera que essa Oferta Pública Inicial (IPO na sigla em inglês – o momento em que uma empresa abre seu capital e passa a ser listada na Bolsa de Valores) seja a maior da história, com mercados do mundo inteiro querendo essas ações.

Trump disse no final de semana, em uma publicação no Twitter, que ele espera que a IPO vá para a Bolsa de Nova York. De acordo com ele, o rei saudita contou que eles “considerariam a utilização a bolsa dos EUA”.