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'Eu posso sair do país', diz Battisti ao negar fuga

Italiano foi entrevistado pela TV Tribuna em Cananéia

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O italiano Cesare Battisti negou nesta segunda-feira (9) que tentou fugir para a Bolívia quando foi preso na semana passada em Corumbá (MS) e afirmou que pode sair do Brasil a hora que quiser.

"Eu posso sair desse país quando e como quero", declarou o italiano em entrevista exclusiva à "TV Tribuna", afiliada da rede Globo.

Após ser libertado, Battisti voltou para a casa onde mora, na cidade de Cananéia, extremo do litoral sul do estado de São Paulo. Na última quarta-feira (4), ele foi preso por tentativa de evasão de divisas ao levar US$6 mil e 1.300 euros em espécie quando atravessava a fronteira do Mato Grosso do Sul com a Bolívia.

"Não é verdade o que se fala, que eu não tinha o direito de sair do país, porque eu não tenho refúgio político", ressaltou Battisti.

Na Itália, Battisti foi condenado à prisão perpétua por terrorismo e pelo assassinato de quatro pessoas nos anos 1970.

Ele está refugiado no Brasil desde 2004. No último ano de seu mandato, em 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou um decreto negando a Roma a extradição do italiano.

"Eu sou um imigrante, com visto permanente no país. Eu posso sair desse país quando e como quero. Eu não tenho nenhuma restrição. Eu tenho todo o direito de cidadão brasileiro. Eu não sou refugiado. Eu sou imigrante"", acrescentou Battisti durante a entrevista.

Além disso, Battisti negou taxativamente que tivesse a inteção de fugir do país. "Ia estar fugindo de quê? O país onde estou protegido é aqui".

Durante o seu depoimento à Polícia Federal, o italiano havia dito que planejava ir à Bolívia para pescar e comprar roupas de couro. Ele também negou que estivesse indo pedir refúgio no país vizinho e ressaltou que não conhece o presidente boliviano.

"Evo Morales? Eu não conheço esse nome, eu não conheço ninguém na Bolívia. E por que eu ia fugir? Estou protegido. O decreto do Lula não pode ser revogado. Depois de cinco anos acabou o prazo, não pode ser revogado", finalizou Battisti.