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Na ONU, Temer fala que Brasil reduziu desmatamento da Amazônia e está superando a crise econômica

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Em seu discurso na abertura da 72ª assembleia geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na manhã desta terça-feira (19), em Nova York, o presidente Michel Temer destacou a política de meio ambiente do país, afirmando que houve uma redução de 20% no desmatamento da Amazônia no último ano. Temer destacou ainda as reformas que estão sendo implementadas por seu governo, afirmando que está surgindo um “novo Brasil”.

"O Brasil orgulha-se de ter a maior cobertura de florestas tropicais do planeta. O desmatamento é questão que nos preocupa, especialmente na Amazônia. Nessa questão temos concentrado atenção e recursos. Pois trago a boa notícia de que os primeiros dados disponíveis para o último ano já indicam a diminuição de mais de 20% do desmatamento naquela região. Retomamos o bom caminho e nesse caminho persistiremos" afirmou.

A declaração acontece após uma polêmica de proporções internacionais, quando o governo extinguiu uma reserva ambiental na Amazônia entre o Amapá e Pará, do tamanho da Dinamarca, liberando-a para a exploração de mineradoras. O fim da Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca) causou forte reação de ambientalistas e ativistas. O governo decidiu então fazer um novo decreto mudanças, mas mantendo a extinção da reserva e liberação da exploração mineral em parte da área.

Reformas

Temer destacou também as reformas que seu governo está implementando, e afirmou que o país está superando a crise econômica. "O Brasil atravessa momento de transformações decisivas. Com reformas estruturais, estamos superando uma crise econômica sem precedentes. Estamos resgatando o equilíbrio fiscal. E, com ele, a credibilidade da economia. Voltamos a gerar empregos", disse, acrescentando: "Recobramos a capacidade do Estado de levar adiante políticas sociais indispensáveis em um país como o nosso. Aprendemos e estamos aplicando, na prática, esta regra elementar: sem responsabilidade fiscal, a responsabilidade social não passa de discurso vazio."

Veja o discurso na íntegra:

Diplomacia – Neste momento da história, de tão marcados traços de incerteza e instabilidade, necessitamos de mais diplomacia e negociação – nunca menos. De mais multilateralismo e diálogo – nunca menos. Certamente necessitamos de mais ONU – e de uma ONU que tenha cada vez mais legitimidade e eficácia.

Conselho de Segurança - Sustentamos, ao lado de tantos países, o imperativo de reformar as Nações Unidas. É particularmente necessário ampliar o Conselho de Segurança, para ajustá-lo às realidades do século 21. Urge ouvir o anseio da grande maioria desta Assembleia.

Desenvolvimento sustentável - O compromisso do Brasil com o desenvolvimento sustentável é de primeira hora. Permeia nossas políticas públicas e nossa atuação externa. Meu país – e é com satisfação que o digo – está na vanguarda do movimento em direção a uma economia de baixo carbono. A energia limpa e renovável no Brasil representa mais de 40% da nossa matriz energética: três vezes a média mundial. Somos líderes em energia hídrica e em bioenergia.

Acordo de Paris - Seguiremos empenhados na defesa do Acordo de Paris. No ano passado, aqui mesmo em Nova York, depositei o instrumento de ratificação do Acordo pelo Brasil. Essa é matéria que não comporta adiamentos. Há que agir já.

Desmatamento - O Brasil orgulha-se de ter a maior cobertura de florestas tropicais do planeta. O desmatamento é questão que nos preocupa, especialmente na Amazônia. Nessa questão temos concentrado atenção e recursos. Pois trago a boa notícia de que os primeiros dados disponíveis para o último ano já indicam a diminuição de mais de 20% do desmatamento naquela região. Retomamos o bom caminho e nesse caminho persistiremos.

Comércio exterior - Na Conferência Ministerial de Buenos Aires, em dezembro, teremos, uma vez mais, que enfrentar pendências antigas. São pendências que prejudicam, sobretudo, países em desenvolvimento. Teremos que avançar no acesso a mercados de bens agrícolas, na eliminação de subsídios à agricultura que distorcem o comércio. Confiamos que, juntos, saberemos produzir resultados. Todos esses esforços concorrem para aquele que é nosso propósito maior: assegurar oportunidades para todos, em todas as partes.

Armas nucleares – Terei a honra de assinar, amanhã, o Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares. O Brasil esteve entre os artífices do Tratado. Será um momento histórico. Reiteramos nosso chamado a que as potências nucleares assumam compromissos adicionais de desarmamento. O Brasil manifesta-se com a autoridade de quem, dominando a tecnologia nuclear, abriu mão, voluntariamente, de possuir armas nucleares.

Testes nucleares na Coreia do Norte - Os recentes testes nucleares e missilísticos na Península Coreana constituem grave ameaça, à qual nenhum de nós pode estar indiferente. O Brasil condena, com toda a veemência, esses atos. É urgente definir encaminhamento pacífico para situação cujas consequências são imponderáveis.

Conflitos no Oriente Médio - No Oriente Médio, as tratativas entre Israel e a Palestina encontram-se paralisadas. Amigo de palestinos e israelenses, o Brasil segue favorecendo a solução de dois Estados convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas e mutuamente acordadas. Na Síria, apesar da desescalada dos últimos meses, ainda se assiste a conflito com consequências humanitárias dramáticas. A solução que se deve buscar é essencialmente política – e já não pode ser postergada.

Terrorismo - De Barcelona a Cabul, de Alexandria a Manchester, reiteradas manifestações de violência covarde não nos deixam esquecer o mal do terrorismo. É mal que se alimenta dos fundamentalismos e da exclusão, e a que nenhum país está imune. A união se impõe. Ainda mais em face da capacidade do terrorismo de adaptar-se aos tempos e aos terrenos. Não seremos acuados pelo terror nem permitiremos que ele abale nossa crença na liberdade e na tolerância.

Direitos humanos – Lamentavelmente, ainda são recorrentes as violações dos direitos humanos em todo o mundo. Tanto dos direitos civis e políticos, quanto dos direitos econômicos, sociais e culturais. Em todos os lugares, há que garantir que cada indivíduo possa viver com dignidade, segundo suas convicções e suas escolhas. 

Discriminação - O Brasil é um país de liberdades arraigadas, que se fez, e ainda se faz, na diversidade. Diversidade de etnia, de cultura, de credo, de pensamento. Mais que tudo, é dessa diversidade que tiramos nossa força como nação. Rechaçamos o racismo, a xenofobia e todas as formas de discriminação.

Refugiados e migrantes - Temos, hoje, uma das leis de refugiados mais modernas do mundo. Acabamos de modernizar também nossa lei de migração, pautados pelo princípio da acolhida humanitária. Temos concedido vistos humanitários a cidadãos haitianos e sírios. E temos recebido milhares de migrantes e refugiados da Venezuela.

Direitos humanos na Venezuela - A situação dos direitos humanos na Venezuela, lamentavelmente, continua a deteriorar-se. Estamos ao lado do povo venezuelano, a que nos ligam vínculos fraternais. Na América do Sul, já não há mais espaço para alternativas à democracia. É o que afirmamos no Mercosul, é o que seguiremos defendendo.

Reformas e economia - O Brasil atravessa momento de transformações decisivas. Com reformas estruturais, estamos superando uma crise econômica sem precedentes. Estamos resgatando o equilíbrio fiscal. E, com ele, a credibilidade da economia. Voltamos a gerar empregos.

Políticas sociais – Recobramos a capacidade do Estado de levar adiante políticas sociais indispensáveis em um país como o nosso. Aprendemos e estamos aplicando, na prática, esta regra elementar: sem responsabilidade fiscal, a responsabilidade social não passa de discurso vazio.