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"Ministério Público venezuelano sofre estupro institucional”, diz Janot

Ex-procuradora-geral da Venezuela foi destituída do cargo por Nicolás Maduro

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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou nesta quarta-feira (23) que assiste a “um estupro institucional no Ministério Público venezuelano”. A declaração foi dada durante visita da ex-procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, que é adversária do presidente Nicolás Maduro e foi destituída do cargo pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ). Ela encontra-se em refúgio na Colômbia e veio ao Brasil para passar alguns dias. Os dois encontraram-se em uma reunião, na Procuradoria-Geral da República (PGR), entre os procuradores-gerais dos países do Mercosul.

Para Janot, os problemas políticos na Venezuela "arruinaram" a autonomia do Ministério Público do país, pois está a instituição subjugada a um verdadeiro poder político ditatorial.

Já em um encontro no Itamaraty, com o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Aloysio Nunes, Luisa Ortega Díaz afirmou que o dinheiro que deveria ser usado para resolver os problemas de seu país estão indo para os bolsos de altos funcionários do governo.

“Quero denunciar que na Venezuela não há direito, não há democracia, não há liberdades, não há Justiça. O povo venezuelano está atravessando atualmente uma severa crise alimentar, de medicamentos, de segurança. É um produto da corrupção”, afirmou Luisa Ortega Díaz.

A venezuelana informou também que irá até a Corte Interamericana de Direitos Humanos e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos denunciar a perseguição que sofre. Até Ángel Zerpa, que foi advogado dela, está detido na Venezuela há mais de 45 dias. Ele está incomunicável e foi obrigado a ter um defensor militar, sem poder escolher quem ele queria.