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Maduro proíbe protestos e ameaça com penas de até 10 anos

Segundo governo, objetivo é garantir realização de Constituinte

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O governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, proibiu a realização de manifestações populares no país entre esta sexta-feira (28) e a próxima terça (1º) por conta da eleição constituinte marcada para o domingo (30).

Segundo o ministro do Interior venezuelano, Néstor Reverol, estão vetados, em todo o território nacional, qualquer "ação ou protesto" que possa "perturbar ou comprometer o desenvolvimento normal" da votação, que foi convocada por Maduro, mas é rechaçada pela oposição.

Quem não respeitar a proibição estará sujeito a penas que vão de cinco a 10 anos de cadeia. Reverol ainda acrescentou que a eleição para a Assembleia Constituinte será garantida pelas Forças Armadas, por 140 mil policiais e pela Proteção Civil.

Apesar do veto, a Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal força de oposição ao chavismo, confirmou a realização de uma manifestação marcada para esta sexta-feira. "O regime anunciou que não se pode manifestar até terça. Responderemos com a tomada da Venezuela", diz uma mensagem da coalizão no Twitter.

Iniciada no fim de março, após uma decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) ter anulado as prerrogativas da Assembleia Nacional, a onda de protestos contra Maduro já deixou mais de 100 mortos no país.

Em meio a uma situação que beira a guerra civil, o presidente decidiu convocar uma Constituinte para reescrever a Carta Magna da Venezuela, mas a oposição diz que a ideia é apenas de uma forma encontrada pelo mandatário de aumentar seu poder, já que hoje o Parlamento é controlado pelo antichavismo.