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Macron e Marine Le Pen devem se enfrentar no 2º turno da França

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As projeções do resultado das eleições presidenciais na França anunciadas na noite deste domingo (23) colocam Emmanuel Macron e Marine Le Pen no segundo turno, que ocorre no dia 7 de maio. Conforme as sondagens dos institutos de pesquisa e de boca de urna apontavam, o ex-ministro e candidato do movimento "En Marche!" saiu na frente da disputa, com 24%, enquanto a candidata da Frente Nacional obteve 21% dos votos.

Em discurso antes mesmo de projeções de resultado mais avançadas, Le Pen classificou os demais candidatos como "herdeiros" do presidente François Hollande e disse que ela, sim, é a "grande alternância" que a França precisa e quer. A candidata da extrema-direita voltou a usar termos-chave de sua plataforma política, como "unidade", "segurança", "cultura francesa", para criticar, em seguida, a "globalização selvagem que ameaça a civilização francesa" e discursar contra a livre fronteira para imigrantes e terroristas.

Recebido no comício de campanha com gritos de "Macron presidente!", o candidato do "En Marche!", por sua vez, agradeceu aos demais candidatos e disse que começa a formar a partir desta segunda-feira (24) uma base para ter condições de governar com maioria, caso vença o segundo turno. Em um dos poucos momentos de discurso inflamado, Macron fez um ataque frontal a Le Pen, afirmando que quer ser "o presidente dos patriotas frente à ameaça dos nacionalistas". O liberal mostrou, ainda, sua adesão à União Europeia, com quem Le Pen ameaça romper, prometendo construir um país que dará chance para que cada cidadão "possa encontrar seu lugar na França e na Europa".

Candidato que ameaçava o cenário que se desenhou para o segundo turno, o esquerdista Jean-Luc Mélenchon (França Insubmissa), que havia pedido paciência para aguardar as apurações de votos em cidades maiores do país, fez discurso breve, afirmando que não tem o mandato das pessoas das quais obteve votos e que, por isso, não poderia decidir em quem elas devem votar no segundo turno. Assim, o candidato da extrema-esquerda não declarou apoio em Macron ou Le Pen.  

Já o conservador François Fillon (Os Republicanos) admitiu a derrota e pediu votos em Macron pouco depois das primeiras projeções. O candidato do Partido Socialista (PS), Benoît Hamon, aliado do presidente François Hollande e que teve sua candidatura desidratada pela "onda Mélenchon", também admitiu a derrota poucos minutos depois de uma projeção o colocar com apenas 6,12 dos votos, na quinta posição.

A notícia de segundo turno com a candidata anti-União Europeia e ultranacionalista acusada de xenofobia acirrou nas ruas de Paris protestos e enfrentamento com a polícia, que usou armas de efeito moral contra os manifestantes.