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Com crise econômica, Equador elege sucessor de Correa

Escândalo da Odebrecht dominou as campanhas eleitorais

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Cerca de 12,8 milhões de equatorianos vão às urnas neste domingo (19) para eleger um novo presidente, o qual sucederá Rafael Correa, no cargo há dois mandatos. Oito candidatos estão na disputa, mas as pesquisas de intenção de voto apontam para Lenin Moreno, da Aliança País (AP) e vice de Correa no primeiro mandato, e para os conservadores Guillermo Lasso, ex-banqueiro do "Movimentro Acredito", e Cynthia Viteri, líder do Partido Social Cristão. 

Especialistas veem como improvável que algum candidato obtenha os 40% dos votos, com ao menos 10 pontos de diferença entre o segundo colocado. Isso projeta uma situação de segundo turno no Equador, que seria disputado em 2 de abril. Rafael Correa, que tomou posse pela primeira vez em 2007, deixa a Presidência do Equador em um momento de dificuldade econômica, mas em condições melhores se comparadas com outros países esquerdistas do eixo bolivariano na América Latina. 

O governo também tenta ainda reconstruir as áreas atingidas pelo terremoto de abril do ano passado. A crise econômica e os escândalos de corrupção envolvendo a empreiteira brasileira Odebrecht marcaram toda a campanha eleitoral. Desde que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgou que a empresa teria pago cerca de US$ 335 milhões em propinas às autoridades do Equador entre os anos 2007 e 2016, o governo e a oposição se atacaram nos discursos e comícios.    

O cenário no Equador, porém, não é exclusivo do país. A América Latina tem vivido uma guinada à direita nos últimos anos, com a eleição de Mauricio Macri (2015) na Argentina e com o impeachment de Dilma Rousseff (2016) no Brasil, além da crise na Venezuela que ameaça tirar o chavismo do poder.