ASSINE
search button

Itália começa hoje a fazer consultas para formar governo

Primeiros a serem ouvidos serão presidentes de Senado e Câmara

Compartilhar

A partir das 18h (15h no horário de Brasília) desta quinta-feira (8), a Presidência italiana começará a fazer as consultas para formar um novo governo para o país após a renúncia do premier Matteo Renzi.

Os primeiros a serem ouvidos na Qurinale serão o presidente do Senado, Pietro Grasso, às 18h, e a presidente da Câmara dos Deputados, Laura Boldrini, às 18h30. Após os dois, o presidente Sergio Mattarella receberá seu antecessor, Giorgio Napolitano.

Amanhã (9), a partir das 10h (7h no horário de Brasília), serão recebidos grupos parlamentares do Senado e da Câmara, representantes de organizações e membros de coligações e partidos menores que fazem parte do Parlamento italiano.

As consultas serão encerradas no sábado (10), com a participação das maiores coligações e partidos italianos. A partir das 10h (7h no horário de Brasília), serão recebidas delegações do Liga Norte, de Matteo Salvini, da Esquerda Italiana - Esquerda Ecologia e Liberdade (SI-SEL), da Escolha Cívica e do Área Popular. A agenda da Quirinale aponta que esses encontros devem durar cerca de meia hora.

Às 12h (9h no horário de Brasília), serão recebidos os representantes do Força Itália, do ex-premier Silvio Berlusconi.

Após uma pausa, os encontros serão retomados às 16h (13h no horário de Brasília), com uma reunião com a maior força opositora da Itália, o Movimento Cinco Estrelas (M5S), e finalizando as consultas, às 17h (14h no horário de Brasília) os representantes do governista Partido Democrático (PD).

Ontem (7), Renzi apresentou, pela segunda vez, seu pedido de renúncia ao cargo ao presidente Mattarella. No entanto, o mandatário pediu para que ele e seus ministros permaneçam nos cargos até o fim das consultas para resolver "problemas cotidianos" do governo.

Na última reunião que fez com os correligionários do PD, Renzi disse que a sigla aceitará apenas dois caminhos para esse momento: ou um governo "de responsabilidade nacional", com representantes de todas as forças políticas, ou a convocação de eleições gerais para o início de 2017.

Moody's corta outlook da Itália

A agência de classificação de risco Moody's cortou na noite desta quarta-feira (7) as perspectivas de crescimento da Itália após a renúncia de Renzi. Segundo nota, a agência manteve o rating em "Baa2", mas cortou o outlook de "estável" para "negativo" porque, apesar de "lentas", as reformas que estavam sendo feitas tem perspectiva de redução após a vitória do "não" no referendo de domingo (4).

A renúncia

O primeiro-ministro decidiu renunciar após a população rejeitar, por um placar de 60% a 40%, sua reforma constitucional no referendo do último domingo (4). Renzi apostou todo o seu capital político no projeto, que reduzia o tamanho do Senado e promovia uma série de mudanças na Constituição italiana.

Na segunda-feira (5), o premier reuniu seu gabinete no Palácio Chigi, também em Roma, e agradeceu a seus ministros "pela colaboração e pelo espírito de equipe demonstrado nesses anos de governo.

Em seguida, como manda o protocolo, se dirigiu ao Quirinale para entregar a carta de renúncia. No entanto, após um pedido de Mattarella, Renzi permaneceu no cargo para que o fosse aprovada a lei orçamentária para 2017 no Senado. Caso não houvesse aprovação até o fim deste ano, ela deixaria a Itália estagnada e sem poder fazer os gastos necessários do governo.

O projeto, então, foi submetido ao chamado "voto de confiança", que faz com que o texto seja aprovado da maneira que foi apresentado, sem a possibilidade de adicionar emendas ou retirar partes da lei. Com isso, ele foi aprovado na manhã de quarta-feira (7) por 173 votos a favor e 108 contra.