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Berlusconi rompe silêncio e cita fim de 'deriva autoritária'

Ex-premier disse estar satisfeito com resultado de referendo

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Após quase um dia de silêncio, o ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi comentou nesta segunda-feira (5) o resultado do referendo constitucional do último domingo (4) e disse estar "muito satisfeito" com a resposta do povo.    

Mesmo afastado da política e impedido de ocupar cargos públicos até 2019, Berlusconi pode ter um papel decisivo nas negociações para estabelecer um novo governo. "Estou naturalmente muito satisfeito pelo êxito do voto. A maturidade e o senso de responsabilidade dos italianos evitaram o risco de uma deriva autoritária", declarou.    

Segundo o ex-premier, com a renúncia de Renzi, "congelada" pelo presidente Sergio Mattarella, caberá ao centro-esquerdista Partido Democrático (PD), liderado pelo atual primeiro-ministro, a tarefa de formar um novo governo. O PD detém a maioria na Câmara e o maior número de assentos no Senado, por isso um de seus integrantes deve ser designado por Mattarella para o "pós-Renzi". No entanto, segundo o ex-Cavaliere, é preciso realizar novas eleições o mais rápido possível.    

"O PD conserva uma clara maioria no Parlamento, e estou certo de que o presidente da República saberá identificar a solução mais correta para assegurar aos italianos a possibilidade de votar, em breve, e escolher, depois de três governos não eleitos, a quem entregar o comando do país", acrescentou.    

O conservador Força Itália (FI), partido criado e presidido por Berlusconi, já se mostrou disponível a apoiar um novo gabinete do PD, desde que não seja guiado por Renzi. Com isso, o ex-premier poderia negociar a aprovação de uma lei eleitoral mais favorável ao FI, que sofre com a ascensão da extrema-direita no país.