A ex-presidente Dilma Rousseff criticou neste sábado (3) a suspensão da Venezuela do Mercosul. A decisão foi anunciada nesta sexta-feira (2) pelos governos do Brasil, Argentina e Paraguai, que compõem o bloco comum, e está relacionada ao vencimento do último prazo acordado em setembro para que Caracas cumprisse suas obrigações de adesão ao Mercosul.
Segundo Dilma, a suspensão "é um ato e precedente perigoso e irresponsável pois compromete a convivência entre as nações da América do Sul". A ex-presidente disse, ainda, que países democráticos não desrespeitam "a soberania de um país-irmão". "Só faz política externa com porrete e ameaças um país imperial", afirmou.
"A justificativa para a retaliação é inconsequente porque dos 41 acordos dos quais é exigida a adesão da Venezuela, o próprio Brasil não ratificou pelo menos cinco deles. Outros países do Mercosul também não adotaram algumas dessas normativas. A suspensão é um recurso extremo e inadequado. No entanto, não se pode esperar muito do governo ilegítimo que usurpou o meu mandato por meio de um golpe parlamentar travestido de impeachment. A medida mostra a pequenez do governo do Brasil diante das exigências da América Latina", argumentou Dilma, em nota à imprensa.
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