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'Wall Street Journal': Equipe de Trump estuda formas rápidas de construir muro

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A equipe de transição de governo do eleito Donald Trump tem se reunido há meses. Se mudou para um escritório a uma quadra de distância da Casa Branca, na Avenida Pensilvânia, mais famosa via pública de Washington. O time inclui uma unidade, cuja missão principal é estudar a forma mais rápida de construir o prometido muro na fronteira Sul dos Estados Unidos, para "prevenir" imigração ilegal. As informações são de reportagem do The Wall Street Journal

Entre as propostas está a possibilidade de impedir que muitos membros do grupo de praticar lobby com as mesmas agências governamentais que eles estão ajudando a moldar. A intenção é sublinhar a bandeira de "mudança" prometida pela campanha do empresário. "Haverá um esforço real para dar lugar às mais duras reformas éticas", disse o ex-presidente da Câmara, Newt Gingrich, em entrevista.

A equipe de transição é menor que republicanos que se candidataram anteriormente, da mesma forma que a equipe de campanha de Trump. Também não produziu o mesmo volume de propostas políticas e possíveis leis apresentadas por outros candidatos como Mitt Romney,  candidato do Partido Republicano à presidência em 2012.

Em geral, eles produzem duas páginas a 20 páginas de sobre itens específicos de funcionamento de agências e assuntos prioritários para o primeiro dia, para os primeiros 100 dias e para os primeiros 200 dias. 

Um amplo esboço das prioridades de governo foi apresentado pelo próprio Trump durante a campanha, na cidade de Gettysburg, quadro que acabou apagado pela tentativa do então candidato de lidar com as acusações de má conduta sexual. Na ocasião, ele disse que suas ações seriam voltadas a limpar a corrupção, prometeu proteger trabalhadores norte-americanos e "restabelecer a segurança e a ordem constitucional do direito". Os planos incluíam congelar a contratação de servidores federais, com exceção para posições militares, na segurança e saúde pública; eliminar duas regulações para cada nova lei criada. 

Depois, Trump prometeu reabrir o acordo do Nafta, rever a parceria com o Transpacífico e todos os "abusos que injustamente impactam os trabalhadores norte-americanos"; suspender restrições sobre reservas de de energia, aprovar o Keystone XL e cancelar bilhões em pagamentos para programas das Nações Unidas sobre o clima. 

O empresário também prometeu cancelar a intenção de Obama de proteger pessoas levadas aos EUA ainda crianças e que estão sem documentação legal de serem deportados, e começar a deportar imigrantes ilegais com antecedente criminal. 

Trump, contudo, tem sido inconsistente em suas declarações sobre deportação. Em algumas vezes ele disse que deportaria 11 milhões de imigrantes sem documentação legal, e em outras declarou que colocaria foco nos que cometeram crimes, o que guarda semelhanças com a política da administração Obama. 

A promessa de Trump sobre o muro era de que o México seria o financiador dele, o que é prontamente negado por autoridades mexicanas. Para construir, então, Trump precisaria do Congresso, e o presidente da Câmara, Paul Ryan, já disse que eles não vão pagar por isto. 

Integrantes da equipe de transição

O grupo de transição ocupa dois andares de um prédio. Uma parte da equipe atua no oitavo andar. O grupo inclui o governador de Nova Jersey, Chris Christie, presidente da equipe; Rich Bagger, ex-senador de Nova Jersey, que atua como diretor executivo de transição; e o ex-presidente da Fundação Heritage, Ed Feulner, principal conselheiro sobre política interna. 

No sétimo andar ficam os escritórios voltados às cinco principais políticas, supervisionados por Ron Nicol, um ex-oficial de Marinha e antigo conselheiro do Boston Consulting Group. O time econômico é comandado por William Walton, chefe de uma firma de private equity, e David Malpass, que foi economista-chefe na Bear Stearns e candidato republicano de Nova York ao Senado em 2010.

A equipe de segurança é chefiada pelo ex-deputado Mike Rogers; a de defesa, pelo tenente-general aposentado do Exército, J. Keith Kellogg; de questões domésticas pelo ex-secretário de Estado de Ohio Ken Blackwell; gestão e orçamento, pelo procurador-geral no governo do presidente Ronald Reagan, Ed Meese, e por Kay Coles James, que trabalhou nos dois governos Bush.

Um sexto time, liderado pelo ex-assessor de política doméstica e depois vice-presidente, Dick Cheney, é voltado para a revisão das ações executivas de Obama e de regulação sobre imigração. Pessoas ligadas ao senador Jeff Sessions, republicano do Alabama que é antigo defensor de leis de imigração  mais duras.