Ancara sempre apoiou os grupos radicais que lutam contra Bashar al-Assad, mas após a tentativa fracassada de golpe Recep Tayyip Erdogan mudou o rumo de sua política externa, se juntando à Rússia relativamente ao conflito sírio, informa o jornal alemão Deutsche Wirtschafts Nachrichten (DWN).
O jornal de negócios apontou para o fato de que as autoridades turcas fecharam Bab al-Hawa, a única passagem de fronteira com a província de Idlib controlada pelos rebeldes, o que prova uma mudança drástica da política externa turca.
"Mercenários, que até recentemente recebiam apoio [de fora], não têm nenhuma chance contra o presidente Bashar al-Assad", observou o DWN.
No início deste mês, a Turquia manifestou sua intensão de melhorar suas relações com a Síria, o que foi declarado pelo primeiro-ministro turco Binali Yildirim em 13 de julho:
“É o nosso maior e irrevogável objetivo: desenvolver boas relações com a Síria e o Iraque, e todos os nossos vizinhos do Mediterrâneo e do mar Negro. <…> Normalizámos as relações com a Rússia e Israel, e tenho certeza que vamos normalizar as relações com a Síria também.”
Estes comentários e outras observações feitas por funcionários turcos revelaram um forte contraste com a posição anterior de Ancara sobre a Síria. Até hoje, Erdogan e seus apoiantes prestaram assistência a grupos que tinham por objetivo derrubar al-Assad.
A nova estratégia da Turquia na Síria "contribuiu em muito" para os esforços de Moscou e Damasco de empurrar os jihadistas para fora de Aleppo, a cidade mais populosa do país, conclui o DWN.