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Itália diz que Bangladesh ainda pode ser alvo de 'atos hostis'

Corpos de italianos devem ser repatriados nesta terça-feira

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Após nove italianos terem morrido na última sexta-feira, dia 1º, no atentado em um restaurante da cidade de Daca, em Bangladesh, o Ministério de Relações Exteriores do país europeu (Farnesina) afirmou nesta segunda (4) que a nação asiática ainda pode ser palco de "atos hostis".

"Levando em consideração a presença no país de uma formação de inspiração jihadista, não se pode excluir o risco de possíveis próximos atos hostis", explicou a Farnesina no seu portal "Viaggiare Sicuri" ("Viajar seguros", em tradução livre).

O ministério também recomendou aos turistas italianos que pretendem ir a Bangladesh para tomar "a máxima precaução, principalmente nos lugares atualmente habitados por estrangeiros, e para limitar os deslocamentos, principalmente a pé, ao estritamente necessário".

Já o ministro das Relações Exteriores, Paolo Gentiloni, anunciou durante uma coletiva de imprensa em Paris que "o retorno dos cadáveres [dos italianos mortos no atentado] acontecerá com toda a probabilidade na tarde de amanhã [terça-feira, dia 5]".

Além disso, foram reveladas mais informações sobre os jovens responsáveis pelo atentado no Holey Artisian Bakery, um dos cafés mais frequentados do bairro diplomático de Daca.

Mesmo com a reivindicação feita pelo Estado Islâmico (EI, ex-Isis), demonstrada pelo grupo com uma foto de cinco jihadistas, a hipótese mais aceita pelo governo de Bangladesh é que os seis jovens pertenciam ao grupo bengalês Jumatul Mujahideen Bangladesh (JMB), ilegal no país há mais de 10 anos, de acordo com o ministro do Interior Asaduzzaman Khan.

Os atiradores também eram provenientes de famílias ricas e frequentavam escolas e universidades de qualidade. Segundo a emissora "CNN News 18", os responsáveis pelo atentado eram estudantes da North South University, de Daca, da Universidade de Monash, na Austrália, e de um colégio nobre da cidade, o Scholastica.

Entre os suspeitos está Rohan Imtiaz, que era dado como desaparecido desde fevereiro deste ano e é filho de Imitiaz Khan, membro do principal partido de Bangladesh, o Awami League.

Os nomes de Nibras Islam, Meer Saameh Mubasher, KhairulIslam Payel e Raiyan Minhaj também foram citados como possíveis atiradores.

Além disso, a polícia do país asiático revelou que está empenhada em investigar três pessoas que podem estar relacionadas com o atentado e com os jihadistas. O principal deles é Hasnat Karim, homem que há cinco anos era professor na North South University. Ele estava no restaurante na hora do ataque e, com sua mulher e seu filho, foi um dos sobreviventes.

De acordo com o policial Mahbub Alam, citado pela publicação local "Dhaka Tribune", o homem foi detido para interrogatório, já que teria sido visto no terraço do edifício fumando ao lado de dois atiradores. Outros dois suspeitos de envolvimento na ação terrorista estão se recuperando em um hospital para que possam ser investigados.