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Rajoy inicia contatos com socialistas para formar governo

Premier conservador precisa de aliança para ficar no poder

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Sem conseguir maioria suficiente para continuar governando sozinho, o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, iniciou a rodada de contatos para tentar formar uma coalizão com o rival Partido Socialista Operário Espanhol (Psoe).

 

O premier é o líder do conservador Partido Popular (PP), que conquistou 137 assentos na Câmara dos Deputados nas eleições parlamentares de 26 de junho, quantidade abaixo da maioria absoluta de 176 das 350 cadeiras.

 

No entanto, uma aliança com o Psoe, que elegeu 85 deputados, daria a Rajoy os números necessários para seguir no poder. O difícil será conciliar os projetos de dois partidos adversários e que desde 1982 se revezam no comando do país.

 

"Espero que o Psoe esteja à altura da história da Espanha", afirmou Fernando Martínez Maillo, dirigente do PP que chamou um acordo entre as duas legendas de "obrigação". Os socialistas definirão sua posição no comitê federal convocado para 9 de julho, mas a aliança enfrenta forte resistência entre suas lideranças.

 

O próprio secretário-geral do Psoe, Pedro Sánchez, disse durante a campanha que não facilitaria a formação de um governo pelo PP. O rompimento do bipartidarismo na Espanha se deu com a ascensão das legendas antissistema Podemos, de esquerda (71 deputados), e Ciudadanos, de centro-direita (32).

 

O cenário é parecido com o que surgiu na Itália após as eleições de 2013, quando o Parlamento ficou dividido entre o centro-esquerdista Partido Democrático (PD), o conservador Força Itália (FI) e o populista Movimento 5 Estrelas (M5S).

 

Com isso, PD e FI foram forçados a se aliar para formar um governo comandado por Enrico Letta, que conviveu com constantes ameaças de Silvio Berlusconi, presidente do Força Itália, e não conseguiu avançar no Congresso nenhuma reforma importante. A paralisia de seu governo fomentou dentro do PD um movimento liderado pelo então prefeito de Florença, Matteo Renzi, que articulou para derrubar Letta e assumir o seu lugar.