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'Clarín': Kirchnerismo, um sistema em decomposição

Cristina disse a De Vido “Daqui você sai preso ou morto”, quando ele pediu demissão

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Matéria publicada nesta terça-feira (28) no Clarín, diz que pouco mais de seis meses após o fim do governo de Cristina Kirchner, o Kirchnerismo, cada vez mais envolvido em escândalos de corrupção, se encolhe para tentar se proteger. A ex-presidente Cristina Kirchner esperou 24 horas para ligar para seu ex-ministro do Planejamento Julio De Vido e se compadecer com ele pela queda vergonhosa do ex-secretário de Obras Públicas José López, apanhado quando tentava esconder quase 9 milhões de dólares em um convento. Convento que talvez ele já tivesse usado antes para guardar dinheiro obscuro da corrupção.

Segundo a reportagem, essa conversa entre Cristina e De Vido, dizem as pouquíssimas pessoas que sabem dela, foi mínima, formal, distante. Cristina já tinha esfriado a relação com De Vido após a morte do seu marido e ex-presidente Néstor Kirchner, em 2010, mas manteve ativa a relação com López, inimigo acérrimo do então ministro que durante doze anos fez todos os trabalhos para os Kirchner. Quando, uma vez, De Vido levou um pedido de demissão a ela, Cristina o mandou embora dizendo: “Daqui você sai preso ou morto”. Mas De Vido foi leal com Cristina até o paroxismo. Ele nunca soube fazer outra coisa. E a única retribuição que ele conseguiu agora foi que a ‘Chefe’ ordenasse aos seus deputados que rejeitassem a moção para que um juiz pudesse fazer uma busca e apreensão em seu apartamento da Avenida del Libertador, ponto nobre de Buenos Aires.

O Clarín fala que foram os votos de 49 fieis. A bancada kirchnerista tinha mais de 90 deputados no dia 10 de dezembro, quando Cristina deixou a presidência. Mas depois os parlamentares kirchneristas foram se dispersando. Hoje sobraram cerca de 70. Desses, vários não compareceram para não terem que votar – e perder de lavada – em defesa de De Vido. Os últimos a deixar a bancada Kirchnerista foram os seis deputados do chamado ‘Movimiento Evita’, a organização mais ampla e ativa do kirchnerismo. Seu líder, Emilio Pérsico, explicou facilmente a saída: “É muito grave que um governo popular tenha o estigma da corrupção”. E pediu uma autocrítica profunda do kirchnerismo. Isso jamais existirá. Cristina só fala através das suas mensagens no Facebook, e alude a supostas perseguições, alheia à revelação da escandalosa corrupção do seu ciclo de poder.

Cristina procura salvar a si própria e salvar seus filhos. Os de fora – ou seja, todos os outros – são dispensáveis, finaliza o Clarín.