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Após eleições municipais, Itália tem novo mapa político

Pleito do último domingo (19) mudou equilíbrio dos partidos

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Os resultados das eleições municipais e regionais da Itália revolucionaram a presença dos prefeitos por todo o país, remodulando o equilíbrio político de maneira inédita. As eleições atingiram um grande número de cidades, 1.342 ao todo, das quais 149 tinham mais de 15 mil habitantes e 1.193 eram pequenas "comunas".     

O fim do pleito redesenhou um mapa no qual aparece com força o Movimento 5 Estrelas (M5S), que conquistou três das cidades mais importantes em disputa: Roma, Turim e Carbonia (em Sardenha), e enfraqueceu a centro-esquerda - representada pelo partido governista Partido Democrático (PD).     

O segundo turno confirmou aspectos já conhecidos, mas apresentou também muitas fragilidades em áreas do país historicamente ligadas à esquerda. Em Roma, como já foi possível notar, o candidato da centro-esquerda Roberto Giachetti não conseguiu manter o PD no comando da capital e deixou o posto para a representante do M5S, Virginia Raggi.     

Já o voto em Nápoles, reconfirmou a liderança de Luigi de Magistris, que derrotou até facilmente o concorrente da centro-direita, Lettieri, mas os governistas sofreram mais do que o esperado para levar Bolonha, com Virginio Merola. Mesma situação vivida pelo PD em Milão, onde o ex-CEO da Expo 2015 Giuseppe Sala, ganhou com pouco mais de 51% dos votos sobre o candidato de centro-direita Stefano Parisi.     

Porém, salta aos olhos o que ocorreu em Turim, em um cenário que já havia sido delineado após o primeiro turno. Já na primeira parte do pleito, a candidata Chiara Appendino (M5S) abriu clara vantagem ao candidato do PD, Piero Fassino.     

Nas seis principais regiões é evidente a vitória do M5S - que levou 19 das 20 cidades em que concorreu na disputa final, onde uma das maiores vitórias ocorreu em Carbonia. Lá, 60% dos eleitores preferiram Paola Massidda ao prefeito do PD, que tentava a reeleição, Giuseppe Casti. A centro-esquerda conquistou ou manteve o poder em Bolonha, Milão e Nápoles e a centro-direita conseguiu Trieste. O mapa das 14 capitais de províncias que estavam em disputa mostraram a derrota do partido governista em 10 delas. Para comemorar, o PD tem apenas a cidade de Varese, que saiu das mãos da sigla de extrema-direita Liga Norte após 23 anos.