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Após 18 dias, Bruxelas identifica 'homem do chapéu'

Mohamed Abrini admitiu que é o suspeito flagrado em aeroporto

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Mohamed Abrini, preso em uma operação antiterrorismo da polícia da Bélgica na última sexta-feira (8), admitiu neste sábado (9) que é o "homem do chapéu" flagrado pelas câmeras de segurança do aeroporto de Zaventem, em Bruxelas, ao lado dos dois suicidas que se explodiram no local. 

Segundo a Procuradoria Federal, o belga de origem marroquina foi confrontado com o resultado de diversas análises e confessou que estava no aeroporto no dia dos atentados, 22 de março. Nas imagens do trio divulgadas pela polícia, Abrini é o homem de jaqueta clara e chapéu preto. 

Os outros dois, que vestem peças escuras, são os terroristas suicidas Ibrahim el Bakraoui (o do meio) e Najim Laachraoui (o da esquerda), ambos de nacionalidade belga. Abrini também revelou aos investigadores que, após as explosões, jogou a jaqueta em uma lata de lixo e vendeu o chapéu. 

Ele foi detido na cidade de Anderlecht, vizinha a Bruxelas, ao lado de mais cinco pessoas e responderá na justiça por participação em atividades e assassinatos terroristas. Outros três suspeitos foram identificados como Herve BN, Bilal EM e Osama Krayem, este último um cidadão sueco de origem síria flagrado por câmeras de segurança com Khalid el Bakraoui, kamikaze que se explodiu na estação de metrô de Maelbeek. O trio também responderá pelos mesmos crimes. Já os dois suspeitos restantes foram liberados. 

Mohamed Abrini nasceu em 27 de dezembro de 1984, é descrito pelas autoridades como um homem de "voz doce, olhos castanhos, sotaque árabe e porte atlético" e já havia sido detido anteriormente por furto, roubo e tráfico de drogas. Amigo de infância de Salah Abdeslam, um dos terroristas dos ataques de 13 de novembro em Paris, ele também participou das ações na capital francesa, que deixaram 130 mortos. 

Abrini era o motorista do carro com os jihadistas que dispararam contra bares e restaurantes dos 10º e 11º arrondissements e levou Abdeslam de volta à Bélgica após os atentados. Depois das ações em Paris, participou ativamente dos ataques em Bruxelas, que tiraram a vida de 32 pessoas. 

Segundo ele, o plano era atacar novamente a capital francesa, mas a prisão de Abdeslam na Bélgica fez com que a célula terrorista da qual fazia parte mudasse seu alvo para Bruxelas. As duas operações foram reivindicadas pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que controla vastos territórios de Iraque e Síria.