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Denúncias colocam quarto mandato de Evo Morales em risco

Referendo irá decidir se ele poderá concorrer novamente ao cargo

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As denúncias de que o presidente boliviano, Evo Morales, teria usado sua influência para que uma ex-namorada conseguisse um emprego como alta executiva em uma multinacional chinesa está ameaçando sua campanha por um novo mandato.

    No próximo dia 21, os bolivianos irão às urnas para votar sobre uma reforma constitucional para decidir se Morales, no Poder desde 2006, poderá ou não voltar a se candidatar ao cargo. Uma pesquisa realizada a pedido da imprensa local nos últimos dias mostra que o "Não" está 19 pontos percentuais a frente do "Sim".

    A sondagem foi realizada pelas consultorias Mercados e Muestras S.R.L. e consultou 600 pessoas nas cidades de La Paz, El Alto, Cochabamba e Santa Cruz. Segundo os dados recolhidos, 47% das pessoas são contra um quarto mandato, enquanto cerca de 28% são a favor.

    Antes de o escândalo vir à tona, na semana passada, a diferença era de cerca de 7%, ainda com o "Não" à frente.

    Morales está no poder desde 2006 e já cumpriu, tecnicamente, três mandatos após outra mudança constitucional - já que o primeiro teve apenas quatro anos de duração. Ele deve ficar no poder, caso a medida não seja aprovada, até janeiro de 2020. Se ele for eleito a um quarto mandato, ficará até 2025 na Presidência.

    Escândalo - O presidente boliviano é acusado de ter usado sua influência para que a ex-namorada Gabriela Zapata, com quem chegou a ter um filho, fosse contratada pela China CAMC Engineering Co. Ltd., empresa com a qual o governo de La Paz já assinou ao menos sete contratos milionários, entre eles a construção de uma mina de potássio no Salar de Uyuni. Morales nega as acusações. "Não sei nada de tráfico de influência ou corrupção, mas sei que perto de votações como o referendo aparece qualquer mentira", disse, pedindo que as denúncias de tráfico de influência sejam investigadas. (ANSA)