ASSINE
search button

'The Guardian': Cameron demorou, mas aprendeu como a Europa funciona

Antes tarde do que nunca 

Compartilhar

Matéria publicada nesta sexta-feira (5) no The Guardian, por  Rafael Behr, comenta que para um primeiro-ministro britânico só há uma coisa pior do que passar horas em conversações com outros líderes europeus: não ser consultado ou convidado para tudo que se refere á União Européia. É uma lição que David Cameron poderia ter aprendido em dezembro de 2011, quando o Partido Popular Europeu (PPE), o principal de centro-direita no Parlamento Europeu, realizou o seu congresso anual em Marselha. O fato é que Cameron não foi convidado.

Segundo a reportagem, sua ausência merece uma menção especial em qualquer discussão sobre os acontecimentos que colocaram em pauta a suspensão da Grã-Bretanha da UE. Na terça-feira (2), Donald Tusk, o presidente do Conselho Europeu, publicou a renegociação do projeto de adesão. O comunicado diz onde está a Grã-Bretanha. Mas a ausência de Cameron todos os anos ajuda a explicar como a situação chegou ao ponto que está. 

Voltando a Marselha. Tusk estava lá, como primeiro-ministro da Polônia. Também compareceram José Manuel Barroso, Presidente da Comissão Europeia no momento; Angela Merkel, a chanceler alemã; Nicolas Sarkozy, presidente francês até então; e os chefes dos 13 outros governos. Se Cameron não tivesse retirado os conservadores do PPE, ele também teria sido convidado. Ele teria discutido propostas de resgate da zona do euro a partir do cataclismo financeiro, e compreendido as poucas chances que havia para adaptar o plano e atender às necessidades de Londres. 

Ele poderia ter feito progressos demonstrando mais comprometimento. Em vez disso, ele descobriu da maneira mais difícil, em uma reunião de cúpula realizada em Bruxelas no dia seguinte, que as demandas proposto pela Grã-Bretanha para a isenção de um tratado a nível da UE  foram negadas. Então, Cameron poderia ter exercido seu veto.

Aqueles que estão familiarizados com as negociações dizem que Cameron elevou seu jogo diplomático desde então. Ele certamente está muito mais acessível. Ele estava em Bruxelas na semana passada, e está na Polônia nesta sexta-feira (5),  com o carácter de um homem educado na arte do bom desempenho e diplomacia.