ASSINE
search button

'The Guardian': Europa levanta seus muros, fazendo o inverso de 1989

Barreiras estão sendo reconstruídas literalmente, psicologicamente e metaforicamente

Compartilhar

Matéria publicada nesta terça-feira (1), no The Guardian, por Timothy Garton Ash, fala que as barreiras estão se levantando por toda a Europa. Na Hungria, tomam a forma física, com cercas de arame farpado. Na França,  Alemanha,  Áustria e Suécia, foram temporariamente restabelecidos os controles nas fronteiras. E em toda a Europa existem as barreiras da mente, crescendo a cada dia. Uma mistura de argamassa psicológica com medos totalmente compreensíveis, após os massacres em Paris, praticados por pessoas que iam e voltavam livremente para frente e para trás, através da fronteira da Bélgica, e deixaram um prejuízo bruto, agitação política, xenófobos e jornalistas irresponsáveis. O que estamos vendo em 2015 é o inverso da Europa de 1989. Lembrando que a demolição física da cortina de ferro começou com o corte da cerca de arame farpado entre a Hungria e a Áustria. Agora é a Hungria, que tem liderado o caminho da construção de novas cercas, com seu primeiro-ministro, Viktor Orbán, alimentando o preconceito. Orbán anunciou no começo do outono, que a Europa tem que manter os imigrantes muçulmanos fora, "para manter a Europa cristã".

A reportagem diz que ele é acompanhado neste coro por cristãos exemplares, como a francesa Marine Le Pen e o jornalista  Kelvin MacKenzie, do The Sun. Este último tem usado seu espaço na mídia para publicar pesquisas enganosas sobre a opinião dos ingleses sobre os muçulmanos, com títulos ofensivos, como: "Esta pesquisa chocante significa que devemos manter a porta fechada para os jovens muçulmanos". Como se já não houvessem 2,7 milhões de muçulmanos na Grã-Bretanha. Ele se esquece que muitos terroristas já estavam ali, ou até nasceram, foram criados e radicalizados, na França, bélgica, ou Grã-Bretanha. Muitos europeus estão dizendo agora que seus países devem restabelecer os controles nas fronteiras, até mesmo dentro da área do acordo Schengen. Em pesquisas feitas desde os massacres de Paris, cerca de 70% dos cidadãos consultados na Holanda disse que o país deve fechar suas fronteiras.