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Venezuela se prepara para eleições cruciais no domingo

Chavismo e oposição trocam acusações em meio a clima tenso

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 A uma semana das eleições legislativas da próxima semana, líderes opositores e chavistas encerram suas campanhas eleitorais e tentam garantir a vitória no próximo domingo, dia 6, quando será definida a nova configuração do Parlamento.

    Os comícios do próximo domingo são considerados "chave" para o futuro político do país e a oposição é favorita nas pesquisas de intenção de voto, cerca de 30% a frente do "chavismo", que sofre com as polêmicas declarações e medidas de Nicolás Maduro.

    Enquanto a oposição pede uma mudança, diante da crise econômica e inflação cavalar, os chavistas dizem querer manter o país como está, defendendo a existência dos programas sociais.

    Lilian Tintori, esposa do líder opositor preso, Leopoldo López, que lançou a chamada "Todos pela Liberdade" em 20 dos 24 estados venezuelanos, disse que "estamos debaixo de um regime de terrorismo de Estado" e que "a Venezuela decidiu mudar".

    Em ato de encerramento de campanha, ela afirmou estar lutando, como fez Leopoldo. "Quero dizer que este evento está dedicado ao estado de Cojedes, pois era para acontecer lá. Não será realizado naquela região, no entanto, porque não queremos confrontos. Pois rechaçamos e condenamos a violência. Aquele estado está sequestrado pelo regime e não queremos mais sangue".

    Ela se referia ao assassinato do opositor Luis Díaz, do partido Ação Democrática, que foi morto após um grupo abrir fogo contra um comício realizado na cidade de Altagracia de Orituco.

    A esposa do político preso pela acusação de incitar a violência durante onda de protestos nos anos passado, agradeceu os candidatos da aliança opositora Mesa da União Democrática (MUD).

    Eles "arriscaram sua vida para fazer essa campanha", após insistir que " podem nos intimidar, perseguir, acusar, mas nunca vão tirar nossa razão de lutar".

    O chavismo, por sua vez, tentou revidar lançando uma estratégia nas redes sociais. No Twitter, o presidente Nicolás Maduro pediu os votos dos chavistas. "Vamos, pátria amada, garantir desde já a vitória, para dar continuidade aos programas sociais da revolução", apontou.

    "Sobre vocês, companheiros, descansa o resultado do dia 6, a organização de nosso maquinário", disse o atual presidente da Assembleia Nacional e candidato à reeleição, Diosdado Cabello.

    Eleição - A presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Tibisay Lucena, anunciou que a infraestrutura eleitoral está pronta para as eleições legislativas. "Estamos perfeitamente prontos, preparados para tudo", disse, em coletiva de imprensa.

    Lucena explicou que cada estado tem 100% de suas máquinas de votação funcionando. A partir de hoje começam a chegar os 130 representantes de autoridades internacionais que acompanharão o processo eleitoral.

    Ela ainda recordou que as campanhas eleitorais devem se encerrar até a meia noite do próximo dia 3.

    Eleições - Mais de 19 milhões de venezuelanos estão inscritos no registro eleitoral e devem comparecer às urnas para renovar 167 cadeiras no Congresso. (ANSA)