O chefe da província de Roma, Franco Gabrielli, informou nesta quinta-feira (19) que foi ampliado o fechamento do espaço aéreo sobre a capital italiana em vista do Ano Santo Extraordinário, também conhecido como Jubileu, da Misericórdia. Segundo o político, "praticamente toda a cidade" será atingida pelo "no-fly zone" durante o período de 8 de dezembro a 20 de novembro de 2016. "Quero ressaltar porém que isso é feito para que as pessoas de bem não lotem os céus, mas absolutamente tem pouca incidência para quem tem uma intenção negativa. Isso não significa que apenas a proibição dos voos nos deixe tranquilos", disse Gabrielli.
Outro item que tem preocupado muito as autoridades italianas é o uso de drones (veículos aéreos não tripulados), que não passam por nenhum tipo de regulamentação. Para o chefe político, esse tipo de ameaça só será combatida com um "esforço de inteligência da polícia judiciária e dos aparatos de segurança para interceptar preventivamente os sujeitos que têm a intenção de realizar algo através desses meios".
Apesar de afirmar que não há nenhuma ameaça direta ao evento, Gabrielli reconheceu que a Itália pode se tornar um alvo de terroristas, mas que isso não deve deixar a população em casa.
"A nossa mensagem aos cidadãos é de continuar a vida normalmente. As instituições, por sua parte, devem realizar encontros sobre o tema sabendo que não há segurança absoluta nem risco zero", finalizou. Seguindo a mesma linha, o secretário-geral da Conferência Episcopal Italiana (CEI), cardeal Angelo Bagnasco, reconheceu que o Ano Santo Extraordinário pode colocar o Vaticano na mira, especialmente, de grupos terroristas.
"O Jubileu deve ser feito, mas com a devida cautela. Não há como negar que há temores porque, infelizmente, ninguém pode excluir estar sob a atenção desse tipo de brutalidade", falou o religioso.
O Ano Santo Extraordinário é um dos eventos mais importantes para a Igreja Católica e deve fazer com que milhares de fiéis e peregrinos cheguem a Roma para as celebrações especiais. Segundo as primeiras estimativas, mais de um milhão de pessoas a mais devem chegar à capital italiana durante esse período de avião, sendo que o número deverá ser ainda maior por não ter contabilizado viagens de carro, trem e metrô.
Convocado pelo papa Francisco em março deste ano, o Jubileu é uma renovação da teologia católica e uma época para os católicos se aproximarem mais da Igreja.
Ontem (18), a imprensa italiana publicou que as autoridades teriam reforçado ainda mais a segurança em locais de culto e de aglomeração de pessoas após relatórios vindos do FBI (a polícia norte-americana) apontarem como possíveis alvos do Estado Islâmico (EI, ex-Isis) a Praça São Pedro - local das maiores celebrações do papa Francisco, o Domo de Milão e o Teatro alla Scala, também na capital da Lombardia.
Ainda nesta quarta, a Dabiq - a revista em inglês dos jihadistas - trazia uma mensagem de que o grupo iria hastear sua bandeia preta no Vaticano.