ASSINE
search button

Ministro confirma que Itália não enviará tropas para a Síria

Segundo chanceler, 'nem Hollande, nem Obama' farão isso

Compartilhar

O ministro italiano das Relações Exteriores, Paolo Gentiloni, confirmou nesta quinta-feira (19) que o governo de Roma não enviará tropas terrestres para lutar contra os terroristas na Síria.

    "Ninguém colocará as botas na Síria. Nem [François] Hollande, nem [Barack] Obama, nem nós. Nós estamos prontos para ajudar nossos irmãos franceses, mas nem nós, nem eles, nem os norte-americanos vão fazer expedições na Síria", disse Gentiloni aos estudantes do Liceo Virgilio, em Roma.

    O chanceler afirmou que não acredita que, mesmo após a série de atentados em Paris, o governo francês irá mudar sua estratégia contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI, ex-Isis) porque as autoridades francesas "fazem parte do grupo que acredita que a saída para a crise síria é uma saída de natureza política".

    "Nós não precisamos repetir os erros que fizemos, por exemplo, no Iraque ou na Líbia. Hoje, podemos achar um caminho para afastar o ditador [Bashar al] Assad sem deixar um vácuo que seria ocupado apenas pelo Daesh [EI] ou pelo [Frente] Al Nusra, duas organizações terroristas. Este trabalho que precisamos fazer na Síria precisa ser sério e sem frases bombásticas", declarou o italiano.

    Reforçando a postura italiana, Gentiloni destacou que "Bashar al-Assad é o principal responsável pelos massacres e pelo drama humanitário na Síria". Porém, ele reconheceu que o mandatário "não pode ser retirado ao som de bombas" porque a Síria pode cair "nas mãos do Daesh".

    Gentiloni também foi questionado sobre o papel da Rússia, que diferentemente da própria Itália, não quer remover Assad da Presidência. De acordo com o representante, a coordenação das ações com o governo de Moscou "é uma possível aliança" e é "um desenvolvimento útil em perspectiva". O chanceler ainda destacou que há apenas "dois ou três meses", essa parceria era uma hipótese inviável.

    - FBI: O ministro informou que as autoridades italianas estão investigando cinco pessoas que podem ter ligação com o terrorismo internacional a pedido do FBI, a polícia norte-americana. Ontem (18), a mídia da Itália informou que um relatório dos policiais dos EUA mostrava que a Praça São Pedro, no Vaticano, e o Teatro alla Scala e o Domo de Milão, na Lombardia, são focos dos terroristas do EI. (ANSA)