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Independentistas catalães querem iniciar separação da Espanha

Junts pel Sí e CUP apresentaram proposta que deve ser votada no Parlamento

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Os dois partidos independentistas catalães, a coalizão Junts pel Sí e a CUP (esquerda anticapitalista) apresentaram nesta terça-feira (27/10) uma resolução ante o Parlamento regional, para declarar o início do processo de criação de uma república catalã independente do resto da Espanha.

A proposta de resolução afirma que "o Parlamento da Catalunha declara solenemente o início do processo de criação do Estado catalão independente em forma de república". A resolução  deve ser votada na próxima semana na Câmara, constituída na segunda-feira após as eleições regionais de 27 de setembro.

Os dois partidos independentistas conquistaram 72 dos 135 assentos, a maioria absoluta. A coalizão Junts pel Sí elegeu 62 deputados, e a CUP (esquerda anticapitalista), 10 deputados.

Embora não tenham obtido a maioria absoluta dos votos (47,8%), os dois partidos se comprometeram a buscar um acordo para lançar um processo de independência nesta região de 7,5 milhões de habitantes e o maior Produto interno Bruto da Espanha.

Com esta resolução, apresentada antes que estes partidos entrem de acordo sobre quem deve liderar este processo - a CUP não quer reeleger como presidente Artur Mas, o candidato do Junts pel Sí, por seu liberalismo e pelas suspeitas de corrupção em seu partido - darão por iniciado este processo.

"Este Parlamento e o processo de desconexão democrática não serão condicionados às decisões das instituições do estado espanhol, em particular do Tribunal Constitucional", afirmam.

Na resolução, os partidos declaram "a vontade de iniciar negociações" para tornar efetiva a independência da região e traz o fato ao conhecimento "do Estado espanhol, da União Europeia e do conjunto da comunidade internacional".

De acordo com o jornal El País, o ministro da Justiça espanhol, Rafael Catala, disse nesta terça-feira (27/10) que o governo  vai “avaliar legalmente” qualquer declaração a ser adotada no Parlamento que envolve um passo para a independência da Catalunha e, se for contra a lei, será contestada no Tribunal Constitucional ou o corpo jurídico adequado.

Segundo o El País, o ministro recusou-se a avaliar a declaração desta terça-feira do Junts Pel Sim e CUP porque, no momento, não tem "nenhum valor", disse ele. O Governo, por conseguinte, não irá se pronunciar sobre a declaração dos dois grupos e não atuará até que a resolução seja aprovada pelo Parlamento.