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Prefeito de Roma diz 'refletir' sobre renúncia

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O prefeito de Roma, Ignazio Marino, convocou a imprensa nesta terça-feira (20) para dizer que está "refletindo" sobre sua renúncia. Segundo a lei italiana, um chefe municipal tem até 20 dias após a formalização da demissão para reconsiderar, prazo que termina no início de novembro.    

"Assim como prevê a lei e como eu disse na minha carta de demissão, achava e acho que tenho 20 dias para fazer oportunas reflexões sobre a minha renúncia", declarou Marino. Sobre a possibilidade de governar sem maioria na Câmara, o que aconteceria caso ele seguisse no cargo, o prefeito afirmou que isso faz parte das considerações que tem feito.    

Na última segunda (19), o político foi ao escritório do Ministério Público da cidade para dar "declarações espontâneas" sobre o inquérito que investiga suas despesas com o cartão de crédito da Prefeitura.    Pressionado havia meses para deixar o cargo, Marino viu sua situação ficar insustentável após a revelação de que ele gastara 150 mil euros em 2014 com jantares, hospedagens, reuniões e cerimônias oficiais.    

"Fui ouvido como pessoa informada sobre os fatos e não estou sendo investigado. Renunciei porque tenho extremo respeito pela autoridade judiciária e para explicar os fatos. Nunca usei dinheiro público para fins privados, no máximo o contrário", acrescentou.    

O prefeito citou sua recente passagem por Nova York após suas férias de verão, quando pagou sua hospedagem do próprio bolso, apesar de ter participado de encontros institucionais na metrópole norte-americana. No próximo domingo (25), apoiadores de Marino farão uma manifestação em Roma para pedir-lhe que desista da renúncia.    

"Eleito com 64% dos votos dos romanos, o prefeito Marino foi forçado a apresentar a própria demissão após uma série de manobras políticas. Fortalecido pelo grande apoio popular que está recebendo, pedimos que ele volte atrás", diz um texto colocado na página no Facebook dos organizadores do ato.