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Prefeito de Roma renuncia ao cargo

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Pressionado pela sua própria legenda, o centro-esquerdista Partido Democrático (PD), o prefeito de Roma, Ignazio Marino, renunciou ao cargo, encerrando uma administração de dois anos e quatro meses marcada por polêmicas.

Na manhã desta quinta-feira (8), o PD, sigla liderada pelo primeiro-ministro Matteo Renzi, havia dado um ultimato ao chefe municipal, que viu sua situação piorar com a revelação de que ele gastara 150 mil euros em 2014 com jantares, hospedagens, encontros e cerimônias oficiais. Não adiantou nem mesmo Marino afirmar que pagaria as despesas do próprio bolso.

"Apresento a minha renúncia, mas sabendo que ela pode ser retirada dentro de 20 dias. Não é astúcia minha, é a procura por uma verificação séria, caso seja possível com essas condições políticas", disse.

Desde o início de seu mandato, em junho de 2013, o prefeito havia mudado seu gabinete em três ocasiões devido a escândalos. O principal deles foi o inquérito "Mafia Capitale" ("Máfia Capital"), que investiga um grande esquema de associação mafiosa dentro da Prefeitura da "cidade eterna".

Embora não esteja envolvido diretamente no caso, Marino passou a ser questionado por ter nomeado assessores e secretários suspeitos de corrupção. O ex-vice-prefeito Luigi Nieri, por exemplo, renunciou em julho passado por ter sido flagrado em grampos telefônicos conversando com o criminoso Salvatore Buzzi, acusado de usar uma cooperativa de ex-presidiários para desviar recursos públicos.

A saída de Marino acontece em um momento crucial para Roma, que está se preparando para receber o Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, entre dezembro de 2015 a novembro de 2016. Convocado pelo papa Francisco, o Jubileu levará milhões de peregrinos à capital italiana, que está promovendo uma série de intervenções urbanas para lidar com o fluxo turístico.