Neil Irving, em matéria para o The New York Times, fala de um novo e fascinante discurso sobre a mudança climática, tanto pelo que diz, como por quem disse.
O senhor Mark Carney, governador do Banco da Inglaterra, declarou que o aquecimento climático apresenta riscos para a economia mundial e a estabilidade financeira global, e que as empresas e os órgãos reguladores devem tomar as providências necessárias para avançar mais rapidamente e tentar conter o potencial de dano econômico, embora possa parecer incerto e longínquo.
Sua advertência, entregue em um discurso com 4400 palavras, com amplas notas de rodapé, na terça-feira, é o mais recente exemplo de como a mudança climática foi além de debates científicos e teóricos, e passou a integrar o início do planejamento prático de vanguarda de economia e negócios.
"Nós não precisamos de um exército de agentes para nos dizer que os impactos catastróficos das alterações climáticas serão sentidos além dos horizontes, e que pode custar muito caro às futuras gerações o que a atualmente não temos incentivo para corrigir", disse Mark Carney.
O jornal americano disse, que em outras palavras, o banqueiro alertou a população, de que uma vez que as alterações climáticas se tornaram uma questão problemática para estabilidade financeira, já pode ser tarde demais.
Pode parecer estranho um banqueiro central falar de um problema de longo prazo do clima global, ainda mais neste momento, em que a economia internacional está em uma panorama um pouco instável. Afinal, o trabalho seria apenas se preocupar com a inflação dos preços e do sistema bancário. Mas se você pensar bem e definir um trabalho de banqueiro central um pouco mais a fundo, faz todo sentido se preocupar com a economia e a estabilidade do sistema financeiro em larga escala, o que torna claro seu alerta sobre as mudanças climáticas, afinal, está tudo ligado.