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Conflitos na Síria dominam debates na Assembleia Geral da ONU

Obama e Hollande querem renúncia de Bashar al-Assad

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Os presidentes Barack Obama (EUA) Vladimir Putin (Rússia) discordaram nesta segunda-feira (28/9) sobre o conflito na Síria na abertura da Assembleia Geral da ONU, acusando-se mutuamente de impedir o avanço de uma solução.

O conflito na Síria dominou os debates com fortes discursos trocados entre Obama e Putin, que se encontraram a portas fechadas durante a tarde, em uma primeira reunião bilateral em mais de dois anos.

"Os Estados Unidos estão preparados para trabalhar com qualquer país, incluindo Rússia e Irã, para resolver o conflito" na Síria, disse Obama, abrindo as portas para um diálogo.

Obama estabeleceu um limite, denunciando nações que apoiam "tiranos" como o líder sírio Bashar al-Assad.

Rússia e Irã apoiam militarmente o regime de Damasco nesta guerra civil que leva quatro anos e meio e que deixou mais de 240 mil mortos.

A resposta de Putin, presente em uma Assembleia Geral pela primeira vez desde 2005, foi pedir uma "ampla coalizão" para lutar contra os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI). Putin assegurou que a rejeição em cooperar com o governo sírio é um "erro enorme".

Esta coalizão seria "parecida com a coalizão contra Hitler", na Segunda Guerra Mundial, e os países árabes "teriam um papel-chave", explicou Putin, que também coincidiu pela primeira vez com Obama na grande cúpula anual da ONU.

"Seria um erro enorme não cooperar com aqueles que combatem frontalmente o terrorismo. Devemos reconhecer que ninguém, salvo as Forças Armadas do presidente Assad, combatem realmente o Estado Islâmico e outras organizações terroristas na Síria".

Em entrevista coletiva após seu discurso, Putin disse que não descarta realizar ataques aéreos em apoio às forças de Al-Assad em sua luta contra o Estado Islâmico.

"Estamos pensando nisso. Não descartamos nada, mas, se agirmos, será apenas respeitando por completo as normas legais internacionais".

Sobre o envio de tropas terrestres à Síria, Putin afirmou que "um envolvimento russo não pode ser tema de discussão".

Putin rejeitou os apelos de Obama e do presidente da França, François Hollande, pela renúncia de Al-Assad. "Eu me relaciono muito respeitosamente com meus colegas dos Estados Unidos e da França, mas eles não são cidadãos da Síria e não deveriam se envolver com a escolha da liderança de outro país".