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Diretoria do HSBC Argentina cai devido a fuga de divisas

Presidente e vice são afastados por 'associação ilícita e evasão fiscal', diz jornal 'Página 12'

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O Banco Central argentino demitiu nesta terça-feira (01/09) a diretoria do HSBC por não cumprimento das funções de prevenção da lavagem de ativos e financiamento do terrorismo, informa o jornal argentino Página 12.  

O organismo decidiu revogar as licenças do presidente da entidade, Gabriel Martino, e de seu vice, Miguel Angel Estévez. Conforme a autoridade monetária justificou, estes diretores não geriram de forma adequada os riscos vinculados com a confiabilidade da informação contável e não contável da entidade, acusada de facilitar a fuga de capitais através de sua filial suíça. A causa penal que a AFIP impulsiona por esta situação envolve Martino por delitos de associação ilícita e evasão fiscal agravada, um dos motivos para que sua licença fosse revogada. 

Essa decisão também foi tomada devido às contradições em que incorreu ao declarar diante da Comissão Bicameral Investigadora de Instrumentos Bancários e Financeiros, criada para analisar o caso das 4040 contas de argentinos no HSBC Genebra sem declarar, e à resposta diante do requerimento do BCRA. O banco tem 24 horas para nomear seus substitutos.

O HSBC Bank Argentina comunicou que o funcionamento normal da entidade está garantido e retificou “o compromisso de colaborar” com a Justiça. Martino é acusado de facilitar manobras de fuga de divisas no marco da causa das contas sem declarar as de argentinos no exterior. 

Segundo relatou uma fonte do organismo monetário, Martino havia oferecido o acesso à informação de seu sistema de dados. "Te imprimo o que sai do sistema", foi a resposta do diretor diante do pedido do BCRA, o que foi considerado um fato grave de falta de cooperação, explicou a fonte ao jornal Pagina 12. 

O HSBC poderia recorrer da decisão por via administrativa – ou seja, diante das autoridades do BCRA –  ou apelar ao Foro Contencioso Administrativo e Federal. A entidade informou que responderá pela via legal, mas não deu detalhes sobre a estratégia. Por sua vez, tanto o Banco Central na resolução como o HSBC em seu comunicado deixaram claro que a decisão adotada pela Direção do BCRA não afeta o funcionamento normal da entidade.