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Venezuela e Colômbia convocam seus respectivos embaixadores

Governos aumentaram tom de disputa por problema na fronteira

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O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, convocou para consultas o embaixador do seu país em Caracas, Ricardo Lozano, assim que seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, impediu o acesso de um líder local em uma cidade fronteiriça. Em uma reunião na quarta-feira (26), as chanceleres dos dois países acordaram que seria permitido o acesso à cidade venezuelana de Táchira do defensor do povo colombiano, Jorge Armando Otálora. Ele iria verificar o número de casas destruídas por ordens de Maduro e as áreas de onde os colombianos foram expulsos.

    Santos também ordenou que sua ministra de Relações Exteriores, María Angela Holguín, peça uma reunião entre os chanceleres que pertencem a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) para debater "o que está acontecendo na fronteira porque isso é totalmente inaceitável".

    "Eu sempre privilegiei o diálogo e a diplomacia e seguirei fazendo isso, mas não posso permitir que a Venezuela trate os colombianos e trate o governo dessa forma. Por isso, dei instruções a chanceler para que chame nosso embaixador na Venezuela e que convoque a reunião", disse o mandatário.

    Segundo o presidente, seu país "sempre privilegiou o diálogo" e espera que o governo venezuelano "tenha a mesma atitude porque o que vimos até agora é nenhuma vontade de diálogo, nem de soluções diplomáticas, apenas soluções de força". Santos falou que os deportados "são seres humanos" e que seus comandados "sempre os defenderão e velarão por eles".

    Por sua vez, assim que soube da convocação, o sucessor de Hugo Chávez tomou a mesma atitude e anunciou uma revisão integral das relações entre as duas nações.

    "Seguindo instruções do presidente Nicolás Maduro nós convocamos para consultas o nosso embaixador na República da Colômbia, Iván Rincón", anunciou a ministra das Relações Exteriores, Delcy Rodríguez, através do Twitter. Ela acrescentou que "lamenta" que todos os "avanços" da reunião da quarta-feira "sejam frustrados pela soberba das autoridades".

    "Ratificamos ao nosso povo irmão da Colômbia nossos laços de amizade e união baseados em uma história comum de liberdade e independência", afirmou.

    A Venezuela está mantendo fechada "até segunda ordem" a fronteira entre as duas nações, especialmente na região de Táchira. Cinco cidades fronteiriças estão vivendo um "estado de exceção" e mais de mil colombianos já foram deportados por serem considerados "paramilitares". Por sua vez, a Colômbia diz que quem foi expulso não é de nenhum grupo paramilitar e que são apenas "famílias pobres que querem viver em paz". - Entenda o caso: A atual crise culminou com o fechamento da fronteira entre os dois países no dia 20 de agosto - que, inicialmente, deveria permanecer nessa situação por apenas 72 horas. Porém, o chefe de Estado venezuelano mudou de ideia no dia seguinte e determinou que o acesso terrestre ficasse fechado por tempo indeterminado.

    A medida foi tomada porque três soldados da Venezuela ficaram gravemente feridos enquanto participavam de uma ação para combater o tráfico de drogas em San Antonio del Táchira. De acordo com o governo, eles foram vítimas de uma "emboscada" de venezuelanos e colombianos envolvidos com o narcotráfico.(ANSA)